Alberto Fernández, o presidente da Argentina, nesta última quinta-feira (15) respondeu a uma publicação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em suas redes sociais. Pelo Twitter, o presidente Bolsonaro escreveu: "Exército Argentino nas ruas para manter o povo em casa./- Toque de recolher entre 20h e 08h./- Bom dia a todos."

Em apenas poucos minutos após a publicação do líder do Executivo brasileiro comentar o que estaria acontecendo na Argentina, o presidente Fernández, que estava em uma entrevista à Radio 10 de Buenos Aires, afirmou que os militares fazem um trabalho de apoio na pandemia da Covid-19 na Argentina.

Aprende Bolsonaro

Alberto Fernández afirmou que é preciso explicar para o líder do Executivo do Brasil como funciona a Constituição, primeiramente, e explicou que na Argentina não existe toque de recolher. Outro ponto que o governante comentou é que em seu país as Forças Armadas não realizam segurança interna.

O presidente da Argentina ainda disse que considera “impactante” que o presidente Bolsonaro tenha dito algo do tipo. Fernández elogiou as Forças Armadas de seu país e declarou que se tratam de oficiais que têm suas carreiras calcadas na democracia. Adicionou que são defensores das instituições e que eles têm colaborado de maneira magnífica na pandemia, dando suporte em lugares mais vulneráveis, elogiou Fernández.

Argentina

Na noite da última quarta-feira (14), o Governo da Argentina anunciou novas medidas restritivas de circulação de pessoas para impedir uma segunda onda do coronavírus no país. Sobre a atuação das Forças Armadas, o presidente Fernández afirmou que pediu que os militares o ajudassem a montar postos de saúde para agilizar os exames.

O presidente argentino ainda afirmou que o Exército tem um quadro de profissionais de saúde muito competente e foi isto que foi pedido ao Exército da Argentina. Fernández complementou dizendo que não declarou estado de sítio e que não tem a intenção de tomar a medida extrema, e que as Forças Armadas estão fazendo muito bem o seu papel de atuar em situações de catástrofes, que é o de ajudar as pessoas.

Alberto Fernández tomou a decisão de proibir que os cidadãos da Argentina circulassem entre 20h e 6h a partir da sexta-feira (16), na área metropolitana da capital Buenos Aires. Ele também autorizou a Polícia Federal a supervisionar que a medida fosse cumprida. Outra medida anunciada pelo governo argentino foi o fechamento de escolas, o que gerou críticas. A Argentina está lidando com uma aceleração nos contágios, quase 25 mil novos casos de Covid-19 foram apresentados na quarta-feira. Os especialistas do país afirmam que o sistema hospitalar está próximo de seu limite.