A população negra carcerária teve um aumento de 14%, em 15 anos no Brasil. Neste mesmo período, a população branca na mesma condição sofreu diminuição de 19%. Estas informações são do site G1, que está divulgando o debate "O impacto do racismo na saúde mental da população negra", que ocorre nesta quinta-feira (13), marcando os 133 anos da abolição da escravatura no país.
Saúde mental da população negra
O debate acontecerá na forma virtual, com promoção do Conselho Regional de Psicologia do Pará e Amapá (CRP-10), integrando psicólogos, agentes de movimento negro e pesquisadores.
O encontro virtual irá contar com a participação de Ivani Oliveira, conselheira vice-presidente do CRP- SP, Mônica Mendes, pesquisadora em Relações Raciais e Saúde Pública e doutoranda pela Universidade de São Paulo (USP), e Zélia Amador, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA). A transmissão do debate acontecerá na página do CRP-10 no Facebook.
Extrema pobreza
Ainda segundo o G1, as informações sobre a população negra carcerária brasileira acima mencionadas podem ser encontradas no Anuário de Segurança Pública 2020. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 70,8% do total de 16,2 milhões de pessoas que vivem em situação de extrema pobreza no Brasil são negros. Segundo dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), os negros representavam 76% dos mais pobres no Brasil.
Racismo
Em entrevista ao G1, Ivani Oliveira, que atua também na Comissão de Direitos Humanos e Políticas Públicas, adverte que esta exclusão de direitos da população negra, levando seus cidadãos à marginalidade social, provoca impactos em diversas áreas da vida dessa população.
Desta forma, a saúde mental também se torna mais aguda em consequência do racismo. Além disso, a conselheira alerta que os profissionais da área da psicologia devem ter compreensão de que o racismo é um elemento gerador de sofrimento psíquico para a população negra, devendo, portanto, ser muito considerado na área da psicologia.
Situação da população negra
Segundo o site Brasil Escola, a abolição da escravatura em 13 de maio de 1888 representa um dos acontecimentos mais importantes da história brasileira.
O episódio ocorreu através da Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel, após um intenso debate político ao longo de grande parte do século 19. O site indica ainda que os escravos foram libertos, porém não receberam nenhum apoio.
Resistência à escravidão
Pontuando que na primeira metade do século 19, cerca de 1,5 milhão de africanos foram traficados para o Brasil, o site esclarece também que a escravidão chegou ao Brasil ainda no século 16, quando os portugueses iniciaram a colonização do país. Além da resistência à escravidão, marcada por revoltas e fugas para os quilombos em lugares de difíceis acessos, o primeiro ato oficial no sentido da abolição foi a instituição da Lei Eusébio de Queiroz, em 1850, proibindo o tráfico de escravos.
Esta lei entrou e vigor porque a Inglaterra pretendia expandir seus negócios e, por isso, pressionava o Brasil pelo fim da escravidão. Já a Lei Áurea foi primeiramente aprovada no Senado, seguindo para assinatura da princesa Isabel, na tarde do dia 13 de maio de 1888.