A Netflix [VIDEO] estreou na quinta-feira (11) o filme brasileiro "7 Prisioneiros", com Christian Malheiros e Rodrigo Santoro nos papéis principais.

O filme é dirigido por Alexandre Moratto. Este é apenas o segundo trabalho dele na direção de um longa.

Sua estreia na direção foi em 2018, com o filme "Sócrates", cujo personagem-título foi vivido pelo mesmo Christian Malheiros.

Rodrigo Santoro

Santoro é um dos mais talentosos atores de sua geração. Ele é comumente visto em papéis de pouco destaque em filmes e séries estadunidenses.

Mesmo que sua carreira internacional não tenha feito com que ele alcançasse reconhecimento fora do Brasil, sua competência é inegável.

Netflix

Rodrigo Santoro é um dos astros brasileiros contratados da plataforma de streaming do "N" vermelho. A empresa, aproveitando a estreia de "7 Prisioneiros", também disponibilizou em seu catálogo o ótimo "Bicho de Sete Cabeças", de 2000, protagonizado por Santoro.

Trabalho escravo

O filme de Alexandre Moratto conta a história de Mateus (Malheiros), um jovem do interior de São Paulo que consegue emprego no centro da capital paulista em um ferro-velho administrado por Luca (Santoro).

Mateus e mais três outros rapazes descobrem que foram enganados e que se tornaram escravos do cruel Luca.

O filme então fala sobre um tema que não costuma ganhar destaque no dia a dia, o drama das pessoas que vivem em condições análogas à escravidão.

A produção de 1h36 revela que a situação do grupo de jovens é ainda mais grave, pois há uma rede comandada por um político e que tem o apoio até mesmo da polícia.

Rodrigo Santoro construiu um vilão que desde sua primeira aparição na trama causa ojeriza. O ambiente em que o drama passa a maior parte do tempo, um ferro-velho, é o cenário ideal para a mensagem que o filme quer passar, pois o local se assemelha a uma prisão.

O filme deixa o espectador por um bom tempo acreditando que irá ver o tipo de trama em que as vítimas irão escapar de seus captores e eventualmente se vingar. Mas não é isso que acontece na produção.

A trama então abandona qualquer traço de maniqueísmo ao humanizar o vilão, que nem mesmo é o dono do ferro-velho, mas apenas uma parte da extensa rede de exploração.

Alguns diálogos entre Luca e Mateus fazem o público refletir sobre a triste situação, também é vista uma crítica ao capitalismo.

Nem mesmo o protagonista é somente vítima. Algumas das situações vividas por ele podem fazer com que o público faça um incômodo questionamento sobre o que faria no lugar do personagem.

A resposta a estes questionamentos podem ser reveladoras do caráter de quem se propuser a responder de maneira sincera o que faria se estivesse na situação tanto do "herói" quanto do "vilão" da trama.