Era só uma questão de tempo para que os drones fossem utilizados para emergências médicas. Uma mulher do estado americano de Maryland saiu da fila de oito anos de espera por um transplante de rim e receber o órgão transportado por um drone.

O drone foi adaptado para carregar órgãos e tecidos humanos e, embora seu deslocamento tenha sido de pouco mais de cinco quilômetros, a equipe da Universidade de Maryland, que criou o drone, disse que foi um "primeiro e crucial passo na tentativa de se acelerar a complexa operação para se fazer chegar órgãos doados aos destinatários".

Quanto maior o tempo para se chegar ao hospital, maior a inviabilidade do uso do órgão a ser transplantado na sala de cirurgia, diminuindo em muito a chance de o paciente conseguir seu sonho de viver uma vida saudável.

O transplante

Nos Estados Unidos, há relato de um rim que chegou ao seu destino após 29 horas de percurso.

Felizmente, não foi o que aconteceu dessa vez com a enfermeira de 44 anos, moradora de Baltimore, que recebeu o rim. Trina Glispy precisava de um transplante desde 2011, quando um de seus pacientes a chutou de forma acidental. Desde então, ela observou inchaços na região da perna e não teve outra alternativa: foi obrigada a fazer hemodiálise três vezes por semana. A cirurgia obteve êxito total e, depois de alguns dias, a enfermeira avisou que estava bem e manifestou sua gratidão.

O drone

O drone passou por uma série de testes e preparativos para assegurar a confiabilidade na ação do transporte. Equipado com motores e hélices, o aparelho tem uma bateria dupla. Ademais, os estudiosos colocaram um paraquedas nele para o caso de algo dar errado durante o deslocamento.

Essa iniciativa contou com a monitoração de dois pilotos que estavam em terra firme.

O drone enviava sinais de sua localização, semelhante ao acompanhamento de um trajeto feito por táxi nos aplicativos de celular, até chegar ao seu destino final.

Até a fase de aprovação foram necessários vários voos com o drone, perfazendo 700 horas em 44 testes, antes da missão. Se isso vai se tornar comum ainda é cedo para falar, porém, segundo representantes da área médica, isso representa, até o momento, a diminuição no tempo de espera para quem precisa de órgãos/tecidos humanos para viver e, por conseguinte, aumenta a chance de eficiência nos procedimentos cirúrgicos.

Para se ter uma ideia, o tempo máximo entre a extração de um coração do doador e a colocação no corpo do receptor é de quatro horas.

Talvez o que mais despertou os ânimos de todos os envolvidos foi a capacidade de o drone sobrevoar uma região populacional bastante densa, significando o corte de caminhos ou rotas tradicionalmente usadas em outros meios de transporte. Sem ruas ou planos de voo preestabelecidos, encurta-se o deslocamento e o objetivo mais importante é cumprido: salvar vidas.