A revolução da inteligência artificial está promovendo mudanças significativas em diversos setores, e a robótica é um dos campos que mais tem experimentado avanços impressionantes. O mais recente destaque nessa área é o robô RT-2, desenvolvido pelo Google, que impressionou os especialistas ao demonstrar suas novas habilidades em um evento realizado na sede da empresa em Mountain View, Califórnia, conforme relatado pelo The New York Times.
O jornalista Kevin Roose teve o privilégio de testemunhar de perto as capacidades inovadoras do RT-2. Durante a demonstração, um engenheiro ordenou ao robô que pegasse o "animal extinto".
Sobre a mesa, três bonecos foram colocados: um leão, uma baleia e um dinossauro. Surpreendentemente, o RT-2 estendeu sua garra, identificou e pegou o dinossauro sem hesitação, revelando suas novas habilidades de manipulação e compreensão de conceitos.
Robôs 'alimentados' por IA
O Google deu um grande passo ao conectar modelos avançados de linguagem a robôs físicos, conferindo-lhes uma espécie de "cérebro artificial". Esse projeto secreto resultou em robôs consideravelmente mais inteligentes, capazes de resolver problemas e compreender com mais profundidade o ambiente ao seu redor. Embora ainda apresentem algumas falhas em determinadas tarefas, a aplicação de modelos de linguagem proporciona novas habilidades de raciocínio e improvisação aos robôs, segundo o professor de robótica da Universidade da Califórnia, Berkeley, Ken Goldberg, em entrevista ao NYT.
A primeira tentativa do Google de integrar modelos de linguagem com robôs físicos, chamada de PaLM-SayCan, foi revelada no ano anterior, porém, mostrou-se limitada em sua capacidade. Os robôs ainda não conseguiam interpretar imagens, o que limitava suas funcionalidades. No entanto, o RT-2 conseguiu superar esse desafio, possuindo um sistema de IA avançado que não apenas enxerga, mas também analisa o ambiente ao seu redor.
Outra característica impressionante do RT-2 é sua capacidade de entender e executar instruções em diferentes idiomas, bem como estabelecer conexões abstratas entre conceitos relacionados. Isso significa que o robô é capaz de compreender associações entre objetos e ideias, como correlacionar "bola de futebol" com "Lionel Messi".
Durante anos, os engenheiros do Google e de outras empresas se concentraram em treinar robôs para executar tarefas mecânicas específicas, fornecendo-lhes uma lista precisa de instruções. Embora essa abordagem tenha funcionado, ela se mostrou limitada e trabalhosa. Com o avanço dos chatbots de IA, percebeu-se que os robôs físicos ficaram aquém de seus irmãos virtuais em termos de inteligência.
No entanto, com o surgimento do RT-2 e a fusão bem-sucedida dos modelos de linguagem com a robótica, a perspectiva de robôs mais inteligentes e versáteis se torna realidade. Embora ainda não haja planos imediatos de venda ou lançamento no mercado, os pesquisadores acreditam que, no futuro, essas máquinas serão extremamente úteis em cenários onde tarefas físicas são predominantes, como em armazéns, na medicina ou até mesmo em ambientes domésticos.