As principais operadoras de telecomunicações no Brasil estão reavaliando a viabilidade da oferta de uso ilimitado de aplicativos populares como WhatsApp, Twitter e YouTube. A estratégia, amplamente utilizada nos últimos anos para atrair consumidores que frequentemente recorrem às redes sociais, está sendo analisada devido ao seu impacto no faturamento das empresas.

Conhecida como "zero rating", essa abordagem oferece acesso irrestrito a determinados aplicativos sem consumir os dados da franquia dos usuários. No entanto, essa tática agora se tornou uma dor de cabeça financeira para as operadoras, levantando a possibilidade de que ela esteja chegando ao fim.

Apps de streaming podem ser a bola da vez

Em recente entrevista ao jornal O Globo, Alberto Griselli, presidente da Tim, indicou uma mudança de rumo nessa direção. Ele sugeriu que a tendência futura poderia envolver a oferta de assinaturas gratuitas para serviços de streaming, em vez de manter o acesso ilimitado a aplicativos como WhatsApp, que não consomem dados da franquia regular do usuário.

No mês de junho deste ano, durante o evento Telebrasil Innovation, João Félix, presidente do grupo Claro, fez uma declaração reveladora. Ele admitiu que o conceito de "zero rating" foi um equívoco. "Não tenho dúvidas de que o zero rating foi um erro, um equívoco. E, apesar de ter sido criado no passado, não há nada que não possa ser corrigido", ressaltou Félix.

O cenário que se desenha indica um possível redirecionamento nas ofertas de pacotes de internet por parte das operadoras. A era do uso ilimitado de aplicativos populares poderia estar cedendo espaço para novos modelos de consumo de conteúdo digital, alinhados com os desafios financeiros enfrentados por essas gigantes das telecomunicações. Resta aguardar e observar como essa possível mudança poderá impactar os consumidores e o mercado como um todo.