Na última terça-feira (16), a vencedora da 19ª edição do "Big Brother Brasil", a mineira Paula von Sperling, prestou depoimento à polícia na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Rio de Janeiro.

Entretanto, Paula não pareceu nem um pouco abalada com o fato: logo após deixa as dependências da Decradi, a ex-BBB postou em sua conta do Instagram vídeos nos quais aparece se divertindo ao lado da irmã, Mônica von Sperling.

Em um dos vídeos a dupla aparece usando pijamas e tomando cerveja. A legenda da publicação fazia menção ao Big Brother Brasil e revelava a saudade de Paula do programa.

Em outra publicação, a campeã do reality show aparece dançando funk.

Investigada por intolerância religiosa

O motivo do depoimento prestado à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância é a investigação de um suposto crime de injúria por preconceito baseado em intolerância religiosa, cometido por Paula enquanto ainda participava do "BBB19". O depoimento da campeã do reality ocorreu por volta das 16h e chegou a durar mais de duas horas. Após o término, ela deixou a Decradi acompanhada de Mônica, sem falar com a imprensa e com o rosto coberto. Além disso, as janelas do veículo ocupado por Paula também foram cobertas.

Gilbert Stivanello, delegado titular da Decradi, disse que os comentários de Paula durante o "BBB19" podem ser enquadrados nos crimes de injúria ou preconceito alusivo à religião.

Stivanello ressaltou que será elaborado um relatório conclusivo a respeito do caso e esse relatório, posteriormente, será encaminhado à Justiça e ao Ministério Público. Então, esses órgãos serão responsáveis por decidir se o caso será denunciado ou arquivado. O delegado alega ter feito a Paula algumas perguntas, das quais obteve resposta, e ainda ressaltou que ex-BBB parece estar se tornando mais consciente do que aconteceu e buscando compreender a sua situação.

Na ocasião do depoimento de Paula, Gilbert Stivanello ainda aproveitou para fazer uma alerta aos futuros participantes do Big Brother Brasil. Nesse sentido, o delegado espera que o caso de Paula sirva como lição. Stivanello ressalta que o formato em que o "BBB19" é filmado favorece que as pessoas, em algum ponto, falem algo que não devem, mas que elas precisam ter consciência de que é necessário ter respeito por etnias, religiões e idades diferentes da sua.

Entenda o caso

Em uma conversa ocorrida no "BBB19", no dia 6 de fevereiro, Paula teceu comentários considerados preconceituosos pelo público do programa. Na ocasião em questão, ela disse a Diego e Hariany que tinha medo de Rodrigo devido a sua religião e ainda ressaltou que o seu Deus era mais forte.

Após a sua eliminação do programa, Rodrigo depôs a respeito do caso, uma vez que a ofensa se direcionava a ele.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, se Paula for considerada culpada, ela poderá pegar uma pena que chega a três anos de reclusão e também prevê o pagamento de uma multa.