As investigações em torno da morte de Caroline Bittencourt [VIDEO] seguem sendo feitas pelo delegado Vanderlei Pagliarini, e novidades sobre o caso foram divulgadas pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, na última terça-feira (7). Segundo os áudios, Jorge Sestini, marido da modelo, teria sido alertado com antecedência sobre os riscos de permanecer em alto mar com a aproximação da tempestade. De acordo com o delegado, houve negligência da parte do empresário, que será indiciado por homicídio culposo –quando não há intenção de matar.

Áudios alertaram sobre o mau tempo

Caroline Bittencourt morreu após cair ao mar, após a lancha em que estava com marido ser atingida por uma forte tempestade, com ventos de 120 km/h, no último dia 28 de abril, no litoral paulista. Jorge Sestini foi resgatado com vida por um marinheiro momentos depois do acidente, enquanto o corpo da modelo foi localizado apenas no dia seguinte pela equipe de resgate que prestava suporte às buscas.

De acordo com áudios divulgados pela Polícia, Jorge Sestini teria sido avisado sobre o mau tempo por Lenildo Oliveira, dono da marina Le-Mar. Por volta das 15h37, o empresário teria recebido o primeiro alerta, sendo informado que o tempo "ficaria feio" e que não era aconselhável atravessar o canal.

"Tem cliente nem conseguindo navegar ali. Então, fica esperto aí. Abraço", alertou Lenildo.

Minutos depois, por volta de 15h44, Sestini agradeceu ao alerta do dono da marina e informou que chegaria ao porto por volta das 17h30, e que já estaria no canal.

Na última mensagem enviada por Lenildo a Jorge, o aviso foi para que o casal passasse a noite em São Sebastião e não retornasse a Ilhabela.

"É bom você nem tentar atravessar o canal porque afundou barco no canal", reforçou o dono na marina onde ficava o barco do empresário.

Lenildo ainda pediu um retorno de Sestini para confirmar que havia recebido a mensagem e que não tentaria atravessar o canal, mas não obteve mais respostas.

Jorge Sestini indiciado por homicídio culposo

Após tomar conhecimento dos áudios e colher depoimentos, o delegado Vanderlei Pagliarini decidiu por indiciar Jorge Sestini por homicídio culposo, uma vez que ele teria sido alertado sobre os risco de velejar e mesmo assim ter se lançado ao mar. "Não providenciando ao menos que a vítima utilizasse um colete salva-vidas, como lhe competia, negligência indiscutível que remete aos fundamentos dos delitos culposos", disse o delegado.

Sestini ainda será convocado para prestar depoimento, quando será indiciado na morte de Caroline Bittencourt. "Com clareza a incidência de conduta culposa", explicou o delegado.

Jorge Sestini foi procurado pela equipe do "JN" mas não quis se pronunciar sobre o caso.