Jorge Sestini será indiciado por homicídio culposo, pela morte de sua esposa, Caroline Bittencourt. A notícia foi confirmada pela Polícia Civil, após o depoimento de uma das testemunhas, nesta segunda-feira (6). A modelo morreu ao cair no mar, após a lancha da família ser atingida por uma ventania em Ilhabela.

No último domingo (5), a filha da modelo também se pronunciou na internet e deu mais detalhes sobre a morte da mãe. Em um texto publicado no Instagram da jovem de apenas 17 anos, ela revelou que a mãe foi lançada ao mar, assim como os cães, e acabou morrendo, por não conseguir mais nadar, chegando à exaustão.

O vento seria o responsável por arremessar a modelo Caroline Bittencourt no mar. Logo depois, Jorge Sestini pulou para tentar salvar a esposa. Os dois ainda teriam nadado por algum tempo, entretanto, ela não resistiu e acabou morrendo afogada. Já Jorge nadou por quase três horas, até ser resgatado por um marinheiro, que também é testemunha no processo.

Jorge Sestini é indiciado por homicídio culposo

A morte da modelo, aconteceu no dia 28 de abril, mas o corpo só foi encontrado um dia depois. A lancha que ficou à deriva também foi encontrada no mesmo dia. O corpo estava há alguns quilômetros de distância do local do acidente.

O casal saiu de São Sebastião, litoral paulista, rumo a Ilhabela. A volta aconteceria no domingo, dia do acidente.

Entretanto, segundo a testemunha Lenildo Oliveira, que é dono da Lemar Garagem Náutica (de onde a lancha partiu), Jorge foi alertado sobre o mau tempo. O alerta, segundo o empresário, aconteceu na sexta (26). e relatava que entre sábado e domingo, haveria um vento noroeste muito forte. A conversa aconteceu antes mesmo do casal retirar o barco da marina, mas a decisão de Jorge, foi seguir com os planos de final de semana.

Já no domingo, dia em que aconteceu o acidente, Oliveira afirma ter enviado uma mensagem por WhatsApp aos clientes da marina, informando a "virada" de tempo. Jorge então agradeceu a informação e revelou que chegaria à marina às 17h30, o que acabou não acontecendo.

Por conta do testemunho e do "conjunto de provas" obtido pelo delegado, do caso, Vanderlei Pagliarini, a autoridade viu indícios de negligência e, por conta disto, decidiu pelo indiciamento.

Delegado explica o indiciamento

Na visão do delegado, Jorge tinha conhecimento dos riscos climáticos envolvidos no trajeto e, mesmo tendo sido advertido sobre os riscos, assumiu o risco. Além disto, ele não providenciou colete salva-vidas à vítima, que havia caído no mar. O delegado então concluiu pela "negligência indiscutível que remete aos fundamentos dos delitos culposos", disse a autoridade ao G1.

Sestini também deverá ser ouvido, mas ainda não há data agendada para sua oitiva.