Morreu, na tarde desta quarta-feira (19), em São Paulo, o jornalista e crítico de Cinema Rubens Ewald Filho. Ele tinha 74 anos e estava internado em estado grave desde o final do mês passado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Samaritano.

No último dia 23, enquanto estava em um shopping, o crítico passou mal e desmaiou em uma escada rolante. A queda lhe provocou fraturas, e durante a internação ele também passou por tratamento cardiológico. A revista Veja noticiou que essa queda foi provocada por uma arritmia cardíaca.

Até o início da noite desta quarta-feira (19), ainda não haviam sido divulgadas informações dando conta do velório e do sepultamento do crítico de cinema.

A carreira como crítico de cinema

Rubens Ewald Filho tinha mais de 50 anos, assistiu a mais de 37 mil filmes e trabalhou nos maiores veículos de comunicação do país. Nascido em Santos, ele começou sua carreira no jornal “A Tribuna”, de sua cidade natal, tendo também trabalhado no Estado de S. Paulo, Jornal da Tarde e foi colaborador da revista Veja.

Ele foi responsável por tornar popular a figura do crítico de cinema, ao falar de maneira mais técnica sobre as produções na TV aberta, tendo feito isso na Globo, SBT, Cultura e Record. Nos canais fechados comentou filmes na HBO, Telecine e TNT, sua última emissora, a qual tinha contrato até o ano que vem.

Também participou de transmissões do Oscar, a primeira delas em 1983, pela Rede Globo.

Neste ano, por decisão da TNT, que decidiu renovar a equipe de transmissão do Oscar, sua participação foi resumida em pequenas gravações e comentários no Twitter.

Os comentários ácidos, analíticos e densos sobre os atores e produções eram marcas registradas de seu trabalho. Ainda quando criança, havia desenvolvido o hábito de anotar em um caderno todos os filmes que assistia, incluindo o nome do diretor, roteirista e elenco.

Esses conhecimentos com cineasta foram registrados em livros, como "Dicionário de Cineastas", "Os 100 Melhores Filmes do Século 20", “O Oscar e Eu”, "Cinema com Rubens Ewald Filho", "Os 100 Maiores Cineastas",

Escritor de novelas e ator

Também escreveu novelas, sendo que seu primeiro trabalho, feito em parceria com Sílvio de Abreu, foi “Éramos seis”, adaptação do romance de mesmo nome escrito por Maria José Dupré em 1977 e exibida pela TV Tupi.

Do mesmo autor, ele também adaptou “Gina”, obra esta feita quando ele já trabalhava na TV Globo. "Drácula, Uma História de Amor", "Iaiá Garcia" e “Casa de Pensão”, foram outras obras de Rubens.

Ele também trabalhou como ator, atuando nos filmes "Amor Estranho Amor", “As gatinhas” e “A herança”, “A casa das tentações” e "Independência ou Morte", dentre outros.