O Conselho Nacional de Autoregulação Publicitária (CONAR) foi acusado de homofobia por diversos internautas após restringir a exibição de um dos clipes da Drag Queen Pabllo Vittar no YouTube.

Na última terça-feira (21) o clipe da canção "Parabéns" de Pabllo Vittar recebeu uma restrição no YouTube, passando a ser exibido somente para usuários com mais de 18 anos. Para assistir ao vídeo os espectadores precisam se logar no site e confirmar que são maiores de idade.

Vittar declarou em um desabafo nas redes sociais que está sendo vítima de "censura seletiva" por parte do Conselho Nacional de Autoregulação Publicitária.

"Diga não à censura seletiva. Preciso da ajuda de vocês", disse Vittar. Procurado pelo G1, o CONAR por sua vez, disse que este tipo de denuncia "não é comum, mas tende a se tornar, pois a prática comercial está se alargando".

Motivo da Restrição à Pabllo Vittar

O caso foi julgado pelo Conselho de Ética do CONAR no último dia 05 de dezembro. Por unanimidade o conselho decidiu que o vídeo da Drag Queen deveria ser reclassificado por apresentar publicidade de bebida de alto teor alcoólico, que segundo o órgão, deve ser apresentado somente para maiores de idade.

Em entrevista ao G1, a direção do CONAR foi questionada sobre outros vídeo clipes que trazem publicidade com bebidas alcoólicas e não receberam a mesma restrição.

O portal de notícias da Rede Globo usou como exemplo o clipe de "Zé da Recaída", do cantor sertanejo Gusttavo Lima, que recebeu R$1 milhão de uma marca de uísque para fazer uma parceria com a música e com o clipe.

De acordo com o CONAR, a ordem para restrição do clipe de Pabllo Vittar partiu do próprio conselho, o que até o momento não aconteceu com o vídeo de Gusttavo Lima, o que reforça a ideia de "censura seletiva" alegada pela cantora.

Repercussão do Caso nas Redes Sociais

Logo após a restrição do vídeo no YouTube, o caso ganhou repercussão entre os internautas e fãs de Pabllo Vittar. A drag cantora lançou um desafio aos seus fãs na terça-feira (21), pedindo que eles publicassem seus vídeos dançando ao som de "Parabéns" e marcassem a hashtag #ParabensChallenge.

Já na tarde desta quinta-feira (23) o termo "CONAR HOMOFÓBICO" se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter em todo o Brasil. Diversos internautas postaram mensagens na rede social acusando o Conselho Nacional de Autoregulação Publicitária de homofobia por terem restringido o clipe de Pabllo Vittar e não terem feito o mesmo com outros clipes que apresentam publicidades similares.

Vídeos de artistas como Maiara e Maraisa também foram lembrados pelos usuários do Twitter ao acusarem o CONAR de homofobia:

Outro usuário citou três outros clipes de artistas brasileiros conhecidos para ilustrar o caso: