Nesta quarta-feira, 19 de fevereiro, mais um nome de peso da televisão e do cinema brasileiro teve sua morte confirmada, deixando um vazio nos fãs. Foi anunciado a morte do cineasta José Mojica Marins, mais conhecido como Zé do Caixão, personagem criado pelo artista e que deu rosto ao gênero "terrir", terror para fazer rir. A morte do cineasta foi confirmada pela sua própria filha Liz Marins, à revista Veja. A moça informou que seu pai se encontrava internado no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo, tratando uma broncopneumonia. Ele não resistiu à doença, vindo a óbito.

Vida de Zé do Caixão

O cineasta nasceu na cidade de São Paulo, em 1936, em uma fazenda localizada onde hoje fica o bairro de Vila Mariana. Aos 3 anos, foi morar com os pais nos fundos de um cinema, que seria gerenciado por seu pai, que era artista de circo. Zé do Caixão cresceu nesse ambiente, lendo gibis e podendo brincar de teatro de bonecos nas salas do cinema vazias e também nas salas de projeção, enquanto ficava perto do seu pai trabalhando.

Por causa disso, Marins passou a infância lendo seus gibis e brincando de teatro de bonecos em salas de cinema vazias e salas de projeção, enquanto acompanhava o trabalho do pai. Com 12 anos, já familiarizado com a área cinematográfica, o rapaz ganhou uma câmera.

Sendo muito autodidata, José Marins já havia decidido a trabalhar como diretor e já havia fundado uma escolinha para amigos da região. Ele fez a produção de pequenas peças amadoras e resolveu fundar a Companhia Cinematográfica Atlas. Nessa época, ele já gostava dos temas desconfortáveis, tanto que para testar os novos atores, fazia uso de insetos, para verificar a coragem de cada um deles.

Criação do personagem Zé do Caixão

O personagem pelo qual ficou amplamente conhecido foi criado no ano de 1963, depois que ele teve um mesmo pesadelo por noites seguidas. Ele contou que sonhou com um vulto que o arrastava e levava até um cemitério e o deixava em frente a uma lápide que continha duas datas: a data em que nasceu e a data em que morreria.

Segundo o mesmo, a situação do pesadelo assustou em muito a sua família, que alegando que o mesmo estivesse com o diabo no corpo, chamou um pai-de-santo para benzê-lo e assim ele criou o personagem Josefel Zanatas, o Zé do Caixão.

O cineasta é considerado o percursor do movimento Marginal do Brasil, criado nos anos de 60 e 70. Os títulos de seus filmes, por si só, já traziam um certo terror em sua veia. Alguns nomes Famosos foram os filmes "Encarnação do Demônio", "À Meia-Noite Levarei a Sua Alma", "Esta Noite Encarnarei em Seu Cadáver" e "O Estranho Mundo de Zé do Caixão".