A agressão a jornalistas e repórteres tem se tornado uma rotina no Brasil. Mais uma vez um profissional da comunicação foi agredido por um popular. Danilo Cesar, que trabalha na Globo Recife, foi agredido enquanto fazia uma reportagem em Cabo de Santo Agostinho, nessa quinta-feira (4).

O repórter deu uma entrevista ao UOL e contou como tudo aconteceu. Segundo Danilo César, ele foi empurrado por um homem que não foi identificado. Ele disse que, após ser empurrado, foi caindo, e o câmera que o acompanhava o segurou.

Ainda segundo o repórter, enquanto ele gravava, um grupo que estava atrás dele proferia xingamentos contra a Rede Globo e gravava a situação.

Repórter ficou abalado após agressão

Danilo tem 28 anos e está na profissão há cinco. Ele disse em sua conta do Instagram que ele e os colegas da imprensa estão se tornando vítimas de um ódio multiplicado e institucionalizado, e ainda perguntou onde essas atitudes vão parar. O jornalista ainda disse que ficou abalado e que é triste viver isso, mas que não vai desistir.

Danilo não é primeiro repórter da Globo a sofrer uma agressão enquanto trabalha. No mês de abril, o repórter da emissora em São Paulo Renato Peters foi agredido ao vivo por uma mulher.

Ela arrancou o microfone da mão do profissional e começou a gritar palavras de ódio contra a emissora.

Já em maio, o repórter cinematográfico Robson Panzera, que é funcionário da TV Integração, afiliada da Globo em Minas Gerais, foi agredido por um comerciante. Em Recife foi a primeira vez que um repórter da Rede Globo sofreu uma agressão.

Manifestantes pró-Bolsonaro agridem jornalistas

No mês de maio, jornalistas foram vítimas de agressão enquanto trabalhavam em frente ao Palácio do Planalto durante um protesto a favor do presidente Jair Bolsonaro ao qual eles estavam cobrindo.

Funcionários do jornal O Estado de S. Paulo foram vítimas de socos, chutes e palavras de baixo calão, alguns foram empurrados e levaram até rasteira. O presidente, na ocasião, participou dos atos com os manifestantes, os cumprimentou e defendeu pautas inconstitucionais.

Ainda na transmissão do protesto, Bolsonaro chegou a dizer que as Forças Armadas estão ao lado do povo brasileiro e que ele não aceitaria mais nenhuma interferência em seu governo.

Nesse protesto a favor do presidente, muitos profissionais do jornalismo de vários veículos como a Folha de S.Paulo, Estadão e outros sofreram agressões. O presidente não se pronunciou sobre as agressões.

A agressão a jornalistas e funcionários da imprensa tem se tornado infelizmente uma rotina desde que a pandemia do novo coronavírus começou e o presidente começou a ser criticado pelas atitudes tomadas em relação à pandemia.