Perguntas que sempre fizeram parte deum tema que gera dúvidas,divide opiniões e causa polêmicas, dentro e fora das igrejas, na sua maioria feitas por pessoas que não frequentam igrejas e não tem conhecimento de como funciona a sua parte financeira, independente de ser Católica ou Evangélica, predominantes no Brasil.
Antes de entrarmos no mérito da ação do Pastor, que usou este recurso de modo inusitado, saiba como funciona e para onde vai, em tese, o dinheiro arrecadado nos cultos religiosos, aintenção desta matéria não é levantar discussão sobre o tema, é apenas para fins informativos, de acordo com pesquisas e conversas com alguns pastores e sacerdotes.
O dízimo, na maioria das igrejas, não é "cobrado", e sim "sugerido", tem base na Bíblia e origem no velho testamento. O dízimo era o compromisso feito pelos judeus com Deus de darem 10% de tudo o que produziam para manutenção dos templos e sobrevivência dos membros da tribo de Levi, chamados de "levitas", e dos sacerdotes, que dedicavam a sua vida para cuidar dos templos, (ou tabernáculos), homens que pela lei de Moisés não podiam possuir bens nem propriedades e não recebiam heranças. Esses recursos também eram usados para socorrer os pobres, viúvas e órfãos desamparados na época.
Hoje o dízimo, em tese, tem praticamente a mesma função de antigamente, cobrir os custos de manutenção de uma instituição religiosa nas despesas de cunho material, como água, energia elétrica, telefone, manutenção elétrica e hidráulica, alugueis, limpeza, etc., os recursos também são usados em obras sociais, evangelização, escolas, associações de amparo à viciados e socorro aos mais necessitados.
A contribuição em algumas igrejas deve ser regular e proporcional ganho do fiel. É entendido como um meio de manifestação da sua fé numa forma concreta, aquele que compromete como dizimista deve estar ciente de que nunca estará "pagando" pelas bênçãos que espera receber e sim "devolvendo" parte do que já lhe foi concedido materialmente.O dízimo também é um compromisso do fiel para cobertura das despesas da Igreja.
Alguns padres e pastores não veem dificuldades em falar sobre este assunto, mas concordam que sua prática tem sido tema de polêmica devido a abusos e deturpação das referencias bíblicas sobre dízimos por parte de alguns que eles chamam de "mercadores da fé", que abusam da interpretação das escrituras para enriquecimento pessoal em cima de pessoas fragilizadas ou sem instrução.
O caso
A iniciativa incomum do Pastor Fábio Mendonça de usaros recursos financeiros vindos dos dízimo em sua igreja em Araruama (RJ), com pouco mais de 200 membros, foi vista como uma atitude louvável, alem de justa e criativa, que trouxe benefícios muito além dos espirituais, atentando para a carência material dos seus fiéis aplicando o dinheiro arrecadado na construção de moradias para os necessitados. Em suas declarações, uma resume bem a visão pastoral do Pastor Mendonça, que diz que acredita que as igrejas devem estar mais atentas as necessidades de seu povo, que há além dos que precisam de ajuda espiritual, que há os que precisam de ajuda material, que não têm condições financeiras para construção de uma casa própria.
Vale ressaltar que o Pastor Mendonça não tem intenção de parar este projeto, já foram construídas quatro casas num período de apenas quatro meses, e outras quatro já estavam em andamento, com pretensão de termina-las antes do final do ano.