A devastação da vegetação que constitui o bioma Caatinga tem se tornado um realidade preocupante nos últimos anos, e, apesar de ser um bioma exclusivamente brasileiro, detentor de elevada biodiversidade e endemismo, a região não recebe a devida atenção no Brasil. Atualmente são raros os remanescentes desse tipo vegetacional em bom estado de conversação. Atividades como: a pecuária e agricultura extensiva, o extrativismo vegetal, os processos de invasão biológica e a elevada pressão antrópica são os principais causadores para a redução da biodiversidade e por alterações significativas nesse bioma.
As elevadas alterações provocam modificações na composição florística e faunística, e muitas vezes certas populações não se recuperam após anos de impactos negativos. A Caatinga apresenta cerca de 45% de sua área total em estado de degradação ambiental, sendo ultrapassada apenas pela Mata Atlântica quando comparada com os demais biomas definidos no território brasileiro.
Como consequência da degradação ambiental, da falta de preservação e programas nacionais de pesquisa, manejo e conversação para esta formação vegetal, 19 espécies de plantas já se enquadram na lista de espécies ameaçadas de extinção. Dentre elas podemos destacar a Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemao) e a Baraúna (Schinopsis brasiliensis Engl.) que se encontram em situação mais preocupante.
Estas espécies de plantas apresentam papel significativo na composição do estrato arbóreo do sertão nordestino, além de desempenhar papel na ecologia da Caatinga. E sem a devida atenção, previsões revelam que em 10 anos já não será possível encontrar essas espécimes no Nordeste do Brasil, bem como outras espécies associadas a elas, como espécies de répteis, aves, herbívoros, abelhas e outros insetos.
Em face aos diversos benefícios que a Aroeira e a Baraúna apresentam, a busca por programas e/ou projetos de conservação, manejo e reposição dessas espécies se torna imperativa para evitar a perda desse patrimônio tão importante para o Brasil.