Cientificamente classificado como Erythrina mulungu Mart. ex Benth, Corallodendron mulungu (Mart. ex Benth.) Kuntze, Erythrina flammea Herzog ou Erythrina verna Vell. Conc. o Mulungú é conhecido como uma das plantas da flora brasileira de maior beleza e exuberância durante a floração, ficando atrás apenas de espécies do gênero Tabebuia (Ipês).
Assim como a Cerejeira é uma árvore símbolo para o Japão, esta espécie deveria ser para a flora brasileira. De ocorrência no Bioma Caatinga e Cerrado, o Mulungú pode ser encontrado crescendo e florando em 14 estados da federação (Acre, Alagoas Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo).
Pode ser encontrado formando densas populações ou de forma solitária ao longo das paisagens. Sendo assim, pode-se considerar esta espécie de planta como autenticamente brasileira.
E não só esbanja beleza! O Mulungú apresenta diversos benefícios ao ambiente onde se desenvolve. Como sendo pertencente a família Leguminosae, está espécie incorpora N do ar ao solo via bactérias nodulíferas que se desenvolvem em suas raízes. Suas folhas, cascas e galhos podem ser usados na medicina popular na forma de infusões e chás com efeito terapêutico, sedativo, ansiolítico e anticonvulsivantes.
As flores apresentam coloração vermelho vivo, e são dispostas em cachos. É interessante ressaltar que esta espécie durante o seu florescimento perde todas as suas folhas, ficando em destaque na paisagem o vermelho intenso característico de suas flores.
O que além de um espetáculo para os olhos é também uma importante fonte de néctar para as abelhas.
Nos últimos anos tem sido empregada com fins ornamentais, e apesar de não ser considerada em risco de extinção é interessante o uso de mudas da espécie para tal fim. O que reduz a utilização de exóticas ornamentais, reduz o risco de invasão biológica e mais importante, mantém viva a nossa cultura.
Jardins e parques são mais belos quando espécies nativas são empregadas na sua composição florística. Em 2014, seu cultivo e introdução em áreas degradadas foi extremamente útil para o reflorestamento e recuperação destas.
Espera-se que a espécie se torne cada vez mais conhecida pela população brasileira, e que ao invés de exaltarem a beleza de plantas exóticas (que apesar de serem mesmo muito bonitas carregam consigo diversos prejuízos para o ambiente) exaltem a beleza de uma planta que realmente é nossa, é de nossa flora e de nossa cultura.