As diferentes manifestações de vida e as formas como interagem entre si, deixam a todos maravilhados e atônitos diante de tanta singeleza, engenhosidade e fascinação. Por exemplo, no que diz respeito, ao universo das percepções das cores, os homens possuem milhões de células sensíveis à luz nos olhos, chamadas de bastonetes e cones. Os primeiros auxiliam na detecção da luz e os últimos possibilitam que se vejam as cores. 

Os cães apresentam 2 cones: verde e azul, permitindo-lhes ver o verde, azul e também um pouco de amarelo.

Os seres humanos possuem 3 tipos de cones: verde, azul e vermelho. O cone vermelho vê não só a cor vermelha propriamente dita, mas faz a mistura de todos os derivados de vermelho, assim como o laranja e o violeta. Os lepidópteros ou borboletas têm 5 receptores diferentes: verde, vermelho, azul, e mais 2 que não podem ser nomeados uma vez que não podem ser vistos. Enfim, é um espectro que não pode ser “detectado” pelos humanos, o que não significa que não pode ser comprovado cientificamente. 

Entretanto, há um animal que ultrapassa e em muito, os receptores visuais até das borboletas, que é o mais do que colorido camarão mantis.

Essa espécie de camarão é um animal que vive em águas quentes e rasas, atingindo de 15 a 20 cm de comprimento. O mantis não possui 5, 7 ou 10 receptores diferentes, mas ele tem sim 16 receptores. O animal em questão enxerga todos os dias algo como uma explosão nuclear de cores, o que é impossível de se conceber pelos humanos. 

Porém a coloração bonita desse animal, não indica que o mesmo seja amigável. Pelo contrário, o mantis é um verdadeiro pesadelo para as outras espécies do mundo aquático. Extremamente violento, o camarão mantis tem 2 apêndices retráteis na parte superior do corpo, estendendo-se à mesma velocidade que a de uma bala saindo de um rifle de 22 mm e em menos de 3 milésimos de segundo, podendo golpear a sua presa com a força de 1.500 Newtons (se um ser humano arremessar uma bola de beisebol com essa força, certamente ele a colocará para fora da órbita terrestre). 

As pernas do camarão se movimentam tão rapidamente que a água ferve em torno deles em um processo chamado de supercavitação.

Quando essas bolhas de cavitação explodem, acabam criando uma onda de choque que pode matar suas presas. A força do golpe gera pequenos raios de luz devido a um fenômeno chamado sonoluminescência. 

O modo como o animal consegue romper ou “quebrar” a sua vítima é uma parte importante do seu processo de caça e é justamente por isso que os aquários não costumam ter esse tipo de espécie para exibição, pois podem facilmente quebrar o vidro. A sua estrutura corpórea é tão resistente que tem sido estudada por cientistas para a fabricação de armaduras para as tropas de combate. 

O camarão martins, um animal de beleza impressionante, mas terrivelmente pérfido nos seus métodos de sobrevivência. Um “assassino” lindo e colorido.