Foram encontradas, a 11 quilômetros da superfície do oceano Pacífico, produtos químicos tóxicos produzidos pelo homem. Essa descoberta foi feita por meio de análises de pequenos crustáceos que só podem ser encontrados nessas condições profundas. Os pesquisadores acreditam que os níveis elevados dos poluentes mostram que o lixo jogado no oceano pode, de fato, se acumular nas profundezas, conforme reportado pelo Mail Online.
O estudo completo, que vem sendo realizado desde 2014, ainda será publicado. Entretanto, os resultados parciais, divulgados pela revista Nature, revelam que os poluentes humanos já chegaram até as áreas mais remotas do planeta.
Até mesmo a Fossa das Marianas, considerado o local mais profundo do oceano, não está livre da poluição. Nos pequenos animais que vivem ali, como os anfípodas (pequenos crustáceos), foram encontrados vestígios de produtos químicos tóxicos oriundos da produção de plásticos e extintores de incêndio, em suas cascas, quando comparados a outras criaturas costeiras.
Estudos anteriores que buscavam poluentes apenas visitaram profundidades de até 2.000 metros. Mas, em 2014, uma expedição recolheu amostras de 7.000 a 10.000 metros. A Fossa das Marianas, localizada a oeste do Oceano Pacífico, e a leste das Ilhas Marianas, possui mais de 11 quilômetros de profundidade. O diretor James Cameron, eu uma expedição para a National Geographic, em 2012, foi o único que conseguiu atingir o seu fundo.
Em relação aos poluentes, os biólogos marinhos envolvidos no estudo encontraram vestígios de PCBs e PBDEs, dois grupos de produtos químicos que levam anos para se decompor e que são conhecidos por serem cancerígenos.
Mais preocupante que isso é que os níveis de PCBs relatados eram mais elevados entre as criaturas marinhas encontradas nas profundidades do que as presentes nos rios mais poluídos da China.
Isso acontece porque tanto a Fossa de Mariana quando a de Kermadec – localizada ao largo da costa norte da Nova Zelândia – estão próximas de uma zona de correntes de água, chamados giros. Dessa forma, elas podem acumular plásticos e outros resíduos, criando grandes lixões oceânicos. De acordo com os pesquisadores, os altos níveis de poluições nesses locais mostram que, esse lixo, ao atingir um certo ponto, não pode mais afundar e assim, acaba se acumulando.