O Brasil não está na lista dos 7 países barrados com base na lei de segurança nacional dos Estados Unidos, mas o decreto do presidente Donald Trump vai dificultar a concessão de visto aos brasileiros. Segundo Daniel Todelo, advogado especializado em Direito de Imigração, haverá mais critérios na análise de vistos de turismo, não para impedir o terrorismo, mas para dificultar a migração ilegal que muitos brasileiros vêm fazendo. “Agora será obrigatória a entrevista do solicitante pelo agente consular, o que não acontecia no caso de renovação de visto”, explica o advogado.
Quanto mais documentos, melhor
Os procedimentos iniciais continuam os mesmos. O solicitante primeiramente deve preencher o DS 160 e juntar toda a documentação. “Quanto maior for a comprovação de vínculos no Brasil, maior a chance de obtenção do visto”, diz. “Declaração de Imposto de Renda com patrimônio, renda, impostos e emprego fixo, são fatores importantíssimos e decisivos”, complementa. Os vistos mais comuns entre os brasileiros são B1/B2 (turismo e negócios), L1 (transferência de empresário), EB-1/O (habilidades extraordinárias), EB-5 (investimentos) e H1B.
Mesmo assim, ao desembarcar nos Estados Unidos, o agente de imigração tem autonomia e autoridade para questionar e desconfiar sobre o propósito da Viagem.
“Na hora de passar pela imigração, o turista deve deixar bem claro o propósito de sua viagem, demonstrar reservas em hotéis por todo o período, saber todo o seu roteiro e principalmente comprovar dinheiro suficiente para custear o período da viagem”, finaliza Todelo.
Blitz mais frequentes
No entanto, brasileiros que moram nos Estados Unidos e estão em processo de regularização de situação não precisam se preocupar.
"Todos os processos ativos seguem normalmente e não há qualquer notícia até o dia de hoje de que isso irá mudar”, diz. Mas, aqueles que estão em situação de ilegalidade correm o risco de serem deportados a qualquer momento. “Somente nesta semana, soubemos de 3 blitz da polícia local, juntamente com a imigração, ocorridos na região de Pompano Beach e Deerfield”, na Flórida, conta Daniel Todelo.