Um jovem identificado como Marcio Machado, de 38 anos de idade, acusa o parque Hopi Hari por sua paraplegia, depois de usar um dos brinquedos chamado Montezum, uma Montanha-Russa feita de madeira.

Marcio alega que em 30 de novembro de 2014 foi ao parque para se divertir e pagou um ingresso de R$ 16,00, que lhe dava prioridade para passar à frente na fila da atração, que chegava a quase três horas de espera.

Em determinado momento, o homem afirma que já na primeira descida da montanha-russa sentiu um estalo e que perdeu completamente os sentidos. O rapaz não lembra de mais nada depois disso.

Laudo médico

Conforme laudo médico, Marcio sofreu uma lesão na vértebra C5, que fica logo abaixo da nuca, o que comprimiu a sua medula e lhe fez perder a sensibilidade do peito para baixo.

Marcio informou ter virado um 'vegetal' e disse precisar de apoio constante de enfermeiros para não ficar travado na cama. Disse que seus gastos passam de R$ 10 mil mensais.

O homem ajuizou uma ação que tramita em segredo de justiça, perante a Vara Cível da Comarca de Taboão da Serra, onde pleiteia que o parque custeie seus pagos e pede outras indenizações.

Hopi Hari não se manifestou

O parque ainda não se manifestou sobre o assunto e disse que o caso é sigiloso. Contudo, adiantou que Marcio Machado já tinha uma doença denominada espondilite anquilosante antes de frequentar o parque e que assumiu riscos quando decidiu ir ao brinquedo.

Uma enfermeira que cuida do rapaz, ao ser procurada pela reportagem do Jornal Estadão, disse que Machado sabia que não poderia ir naquele brinquedo, mas foi.

Perícia

A Justiça requereu que Machado faça uma perícia para contribuir com o encerramento do processo.

Os advogados de Machado, no entanto, destacam que o problema veio sim do uso da montanha-russa.

O qualificado reumatologista Percival Sampaio-Barros, da Universidade de São Paulo (USP) e do Hospital Sírio-Libanês, disse que nunca viu nenhum caso similar ao de Machado, pois a doença que ele tinha aparentemente é incapaz de evoluir para uma paraplegia.

No entanto, o profissional da área médica disse que não poderia opinar mais por desconhecer as condições clínicas do paciente e do caso.

Enquanto isso, Marcio aguarda a instrução do processo e a definição da Justiça sobre o caso. Até lá, pode haver muitas mudanças em relação à constatação dos fatos, em vista da perícia que será feita pelo paciente.