A Odontologia para pacientes com necessidades especiais é uma especialidade relativamente nova, teve seu reconhecimento em 2001. Já se passaram 14 anos e há no Brasil apenas em torno de 560 cirurgiões-dentistas especialistas em Odontologia para PNE. Segundo a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 10% da população tem algum tipo de deficiência, ou seja, no Brasil existem 20.000.000 pessoas com deficiência, que deveriam ser atendidas por este profissional.

Além das pessoas com deficiência, o especialista também é capacitado para atender o paciente com doenças sistêmicas graves, doenças infecto-contagiosas, etc. É uma gama enorme de pacientes reservada para essa especialidade, mas, como já foi informado, só há em torno de 560 especialistas inscritos no Conselho Federal de Odontologia. É um problema de saúde pública.

Existem no país em torno de 1038 Ceos (Centros de especialidades odontológicas), onde, com certeza, não estão somente especialistas porque matematicamente a conta não se completa: 1038 CEOS e 560 Especialistas. Seria possível pensar que um cirurgião-dentista, com certo conhecimento, estivesse nesses Ceos, desde que tivesse recebido esse conhecimento na Universidade.

No Brasil, a disciplina de Odontologia para pacientes com necessidades especiais não é obrigatória nas universidades, concluindo que nem todos os cirurgiões-dentistas tiveram em sua formação conhecimento para atender a esse público. Quem é, então, o profissional que atende pacientes com necessidades especiais no Brasil?

É preciso, primeiramente, que a disciplina seja incluída na grade curricular da Odontologia brasileira, os cirurgiões-dentistas brasileiros devem receber conceitos e conhecimentos para sua formação e que isso diminua o preconceito no atendimento desses pacientes. Não há profissionais suficientes no serviço público, e nem mesmo aquele paciente que pode custear seu atendimento particular encontra esse profissional.

Em sua cidade, visite as universidades que tem o curso de Odontologia e pergunte sobre a disciplina de pacientes especiais, cobre para que eles formem cirurgiões-dentistas amplamente qualificados e inclusivos. Juntos, é possível conseguir!