A mídia nos faz assistir a uma brutalidade de luta no campo, em que ninguém é poupado. Essa história de conflitos sociais no campo do Brasil já é tão comum e intensa, que não temos o conhecimento com frequência, porém, isso não significa que acabou, pelo contrário ainda existe com constância.

Com a desigualdade social, muitos necessitam de terra para morar e buscam o terreno que é do outro. Entretanto, os donos das terras são intolerantes e realizam a sua própria justiça com as próprias mãos. Essa história de matança não é recente, já faz parte da história brasileira.

Podemos fazer uma analogia com a realidade atual e a do passado. Os quilombos são um exemplo disso, pois os escravos se refugiavam em campos, esses campos não eram dos escravos, mas dos proprietários da terra (homem branco) e o resultado disso todos já sabem, uma matança incontável. Dentre os quilombos, o que mais resistiu a violência foi o quilombo dos Palmares liderado por Zumbi.

Outro exemplo foi a guerra de Canudos, já se tinha passado o período da escravidão, mas não da violência. Dessa vez as vítimas foram os camponeses, que lutaram ferozmente contra o exército. Também houve a guerra dos contestados, em que novamente exército e os camponeses se enfrentam. Além disso, houve a luta dos colonos nas fazendas de café, esse conflito era entre fazendeiros e empregados.

Os trabalhadores realizavam greves para conquistar maiores direitos trabalhistas e em resposta eram duramente reprimidos pelos capangas dos fazendeiros, porém muitos conseguiram aumento salarial. Se eles não tivessem lutado não teriam conquistado certos direitos, porém muitas vidas se perderam nessa luta.

Atualmente, há conflito entre posseiros e grileiros com seus jagunços, ambos querem se apropriar da terra, mas o grileiro com seu jagunço possuem maior força.

Um exemplo disso é a luta de Trombas e Formoso em Goiás. Os camponeses liderados por José Porfírio resistiram e lutaram contra os fazendeiros grileiros e jagunços, em meio a muitas tentativas de negociação e conflitos, os camponeses não cederam a terra e após anos de luta esse movimento foi reprimido.

Também houve lutas no Paraná, que semelhante ao caso de Trombas, o governo vendeu as terras a grandes proprietários de terra e tentava desapropriar a terra dos posseiros, que por sua vez resistiam.

Muitas vidas também se perderam nessas lutas no Paraná. Os posseiros sempre resistiam, mas eram os fazendeiros, polícia e governo contra eles, por isso muitos morriam. Além dessas lutas também houve o problema vivido pelos camponeses do arrendamento da terra. Os valores altos ultrapassavam as condições econômicas dos camponeses e ocasionava conflitos.

Em resposta à tantas repressões foi criada a Liga Camponesa, que conquistou fama nacional. A ULTAB foi um instrumento criado para auxiliar os camponeses em seus direitos. Atualmente, as lutas continuam, muitos ainda morrem. As ligas camponesas lutam por direitos de propriedade na terra, mas os fazendeiros tentam combater qualquer forma de resistência.