Como acontece tradicionalmente todos os anos quando chega o dia 15 de janeiro, milhares de fiéis de diversos cantos do município de Campos, e também dos municípios vizinhos caminham em direção ao distrito de Santo Amaro, para prestar sua homenagem ao santo padroeiro da Baixada Campista. Eles não se importam em fazer sua peregrinação a pé, de bicicleta, a cavalo, ou de ônibus como os romeiros de Quissamã, que tradicionalmente chegam às 11 horas fazendo festa para seu santo protetor. O que importa é fazer a longa caminhada e ao fim dela, entrar na igreja, ver a imagem do santo, orar, agradecer ou pedir graças pelos milagres alcançados.

Há aqueles que fazem suas peregrinações acompanhadas de amigos orando e pedindo para que Santo Amaro os ajude a alcançar graças, no emprego e na saúde. Os mais devotos e fervorosos chegam a entrar na igreja de joelhos, estendendo os ex-votos de partes do corpo humano para pedir, implorar e agradecer pelas curas milagrosas.

Independente da classe social e da cultura de cada um, os fiéis conseguem ver Santo Amaro sob diferentes pontos de vista, mas todos ressaltam a importância dele, como mensageiro e interlocutor junto a Deus, para o êxito de suas graças.

O ponto alto da festa é a cavalhada. Representação da eterna luta entre mouros e cristãos, cuja batalha relembra antigos jogos dos tempos das cruzadas, com os cavaleiros disputando para ver quem consegue capturar mais argolas, derrubar buiões e espetar suas lanças em pedaços de pão que são atirados aos amigos do cavaleiro.

Tudo isso em momentos que os colocam entre o lúdico e o real, mas sem perder o romantismo e a tradição típica dos cavaleiros em conquistar a mão e o amor da princesa.

Outro destaque na Festa de Santo Amaro é a procissão com a imagem do santo que percorre as ruas laterais da igreja, levando inúmeros fiéis a acompanhar esse momento de glória do santo, cuja imagem outrora, foi tantas vezes levada para o Mosteiro de São Bento e encontrada no local onde hoje está erguida à igreja.

Construída inicialmente em madeira, em 1733, a atual igreja que hoje vemos só ficou pronta em 1757. A igreja sofreu reformas na metade do século XX e em 1945 recebeu as duas torres.

A Igreja de Santo Amaro ilumina-se com as velas deixadas pelos fiéis. O espetáculo de fé cristã é capaz de sensibilizar qualquer pessoa incrédula.

Toda programação religiosa é desencadeada para aplacar o desejo e os pedidos de pessoas em desespero e Santo Amaro acaba ganhando status de lugar de romarias.

Em meio ao turbilhão de romeiros encontramos vendedores de fitas, imagens, velas, e outros objetos que surgem de diversos lugares inclusive de outros estados brasileiros.

Atualmente a Igreja de Santo Amaro, é tombada pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos dos Goytacazes, RJ - COPPAM, através da Resolução nº 004/2012, publicado no Diário Oficial em 15 de março de 2012, como Patrimônio Histórico, Cultural e Religioso.