“Molon labe” (pronuncia-se molôn lavê)! Mas, afinal de contas, o que tal expressão significa, que língua desconhecida é essa e que fatos históricos estão associadas as duas palavras? Molon lave é uma expressão utilizada no idioma grego antigo, que traduzida para o português pode ser entendida ao pé da letra como "vem e toma" (de mim). Trata-se de uma expressão taxativa que foi falada pelo rei espartano de nome Leônidas I, significando “filho do leão”, ao responder com destemor a ordem do exército persa, que havia invadido a Grécia pela 2ª vez, para que os valorosos soldados espartanos entregassem as suas armas no famoso campo de batalha conhecido como desfiladeiro das Termópilas.

Leônidas deixou claro ao rei persa Xerxes I, que se ele de fato quisesse as armas, deveria ir lá e pegá-las porque os espartanos nunca cogitaram em entregá-las. Em 480 a.C., na batalha das Termópilas, os espartanos não só não entregaram os seus instrumentos bélicos, como ficaram 3 dias entrincheirados nos rochedos. Por fim, o esquadrão espartano foi todo ele morto pelo exército da Pérsia, mas não antes de ter infringido pesadas baixas aos inimigos aquemênidas, o que provocou o atraso dos persas em direção a cidade de Atenas, dando tempo suficiente para que o local fosse evacuado completamente.

Todavia no mesmo dia 11 de agosto de 480 a.C morreu em combate Leônidas, cuja história milênios mais tarde acabou inspirando o sucesso de bilheteria nos cinemas de todo o mundo, inclusive aqui no Brasil, do filme “300”, onde Gerald Butler, ator escocês, interpreta o bravo herói e nobre espartano.

No mundo real da época, Leônidas nasceu em 540 a.C na cidade Estado de Esparta e foi o 17º rei da linhagem espartana.

O que é um pouco mais controverso historicamente falando é a narrativa real do que de fato aconteceu naquele 11 de agosto de 480 a.C. Conforme o historiador grego Heródoto, o rei Leônidas e seus homens estavam localizados na parte mais larga do desfiladeiro e lutaram até o último guerreiro.

Alguns outros historiadores como Diodorus Siculus e Pompeyo Trogo, defenderam a ideia de que os espartanos atacaram durante a noite o acampamento dos persas, provocando uma tremenda confusão entre as tropas adversárias, mas acabaram sendo atingidos pelas flechas persas; no entanto, a teoria não tem conquistado muitos adeptos, pois o acampamento de Xerxes localizava-se muito longe, aproximadamente a 8 quilômetros de onde os gregos estavam originalmente.

Os estudiosos levantam a pergunta enigmática do porque Leônidas permaneceu só com os trezentos espartanos, hilotas, téspios e os reféns tebanos (povos de outras cidades Estados gregas) em um momento tão decisivo e dramático da batalha pela Termópilas. Os demais soldados receberam ordem direta de Leônidas de regressar apressadamente para casa. Novamente o historiador Heródoto deu uma visão do que pode ter acontecido, uma vez que ele explica que era uma mentalidade sempre presente no povo espartano que os seus representantes deveriam morrer envolvidosem um clima de glória e bravura, cenas essas que foram tão bem caracterizadas no filme 300.

O rei Xerxes depois que os gregos foram mortos, teria ido ao local da batalha e caminhou entre os corpos, ordenando na seqüência que Leônidas tivesse a sua cabeça decepada e empalada.

Heródoto confirma de que Leônidas enquanto vivo, foi a pessoa que mais transtornos causou a Xerxes, fazendo com que o persa tivesse decidido pelo ultraje do corpo do herói grego como uma forma de vingança.