A Grécia pode ser considerada como uma terra cheia de histórias e estórias, ou seja, é uma parte do mundo que povoa o imaginário de milhões de pessoas com os seus registros históricos milenares e fábulas mitológicas, podendo em algumas ocasiões ser difícil de se separar a realidade da ficção na terra escolhida pelos deuses para descer do Olimpo e conviver com os homens mortais. Um exemplo clássico disso ocorreu no festival da cidade grega de Esparta. Sim, a mesma Esparta que foi palco de personagens reais, como o famoso herói grego, o rei Leônidas; da decisiva batalha histórica do desfiladeiro das Termópilas, onde os gregos combateram bravamente os invasores persas e é lá também que se encontra a estátua do escultor Falireas, representando o seu filho mais consagrado.
O personagem grego insiste em se fazer presente em cada cenário da região, em cada movimento dos atletas espartanos atuais, que deixaram o suor e a as lágrimas nas competições e festividades que aconteceram em Esparta no mês de setembro deste ano. O encontro acabou parecendo um grande e festivo carnaval, com pessoas de todas as idades, que iam aos eventos no estádio local.
É como se o rei Leônidas, milhares de anos após a sua morte, continuasse a guardar a cidade da Grécia. Rei esse que buscou servir a todos os seus conterrâneos, viveu e morreu para sua cidade, que governou sem se colocar como os políticos hodiernos, no centro das atenções.
O fotógrafo e ativista Nikos Bakis, junto com o seu compatriota grego, o escritor e cientista Dimitris Spantidos, foram os principais responsáveis para a realização no mês de setembro do evento em homenagem a memória histórica do rei Leônidas, centenas de anos depois que ele morreu na luta contra os persas, o que inclusive foi imortalizado pela 7ª arte.
As comemorações se deram graças aos trabalhos e pesquisas árduas desses dois grandes cidadãos da Grécia, entre outros, e contou com manifestações artísticas e culturais, como o contingente das falanges espartanas de Leônidas, que se apresentou ao enorme público que compareceu ao festival; houve ainda a amostra dos armamentos gregos da época e shows de danças de guerras dos espartanos.
Outros atletas gregos e técnicos da luta de solo ou “wrestling”, tais como Giannis Paylakos, Charilaos Chondronasios e George Mparelos fizeram uma impressionante demonstração do desenvolvimento dos combates e da luta específica, propriamente dita, desde os tempos antigos até os dias atuais.
Enfim, muito provavelmente, esse foi o 1º de muitos encontros que passarão a fazer parte do calendário turístico e de comemorações anuais do paraíso que insiste em se disfarçar de país, que é a Grécia.