O que é a coisa mais importante na vida? O que deve ser buscado a todo custo? Seria amor, sucesso, família, riqueza ou a fama? Alguém pode emitir uma resposta para estas perguntas, uma vez que talvez o mais importante da vida é ter a sua própria identidade, mas, certamente, há algo ou uma resposta específica, que se encaixa para cada pessoa. Era exatamente esta a tese defendida pelo cientista e filósofo da Grécia, Demócrito, que viveu de 460 a.C a 370 a.C. O grego Demócrito pode ser classificado simplesmente como um desses seres iluminados que surgem poucas vezes no planeta. Já na sua época remota, por exemplo, ele estudava a teoria atômica e as partículas da matéria, algo totalmente inovador para a ocasião.
Demócrito dizia que ninguém pode trabalhar para conquistar um objetivo e se entreter sem ter de pagar com uma parcela de estresse, gerando ansiedade nociva. Se a pessoa fosse pobre demais, se concentraria na preocupação e frustração da luta árdua pela sobrevivência. Por outro lado, se essa mesma pessoa possuísse todos os bens do mundo, teria a chance de cair na armadilha da ganância e em sempre querer mais e mais. As pessoas famosas, segundo Demócrito, diariamente ficam ansiosas e nervosas pela competição de se exibir, o que poderia fazer com que elas fossem percebidas como que ocupando um "trono" de destaque em relação aos seus semelhantes.
A pergunta que resta então, é: qual é o ponto de equilíbrio entre uma situação e outra?
O grego se encarrega da resposta, dizendo que tudo o que a pessoa tiver para fazer, deve ser feito com moderação! Ele disse que as pessoas deveriam desfrutar da comida, do amor, da riqueza obtida, mas nunca sendo extravagante, o que só poderia estremecer o equilíbrio interior de cada um. Tal filosofia de Demócrito é homologada posteriormente por Platão e Aristóteles, em oposição a alguns outros filósofos, que preferiam o ambiente do hedonismo desenfreado ou a busca do prazer sem limites.
Tinha-se consciência de que os problemas que todo o ser humano enfrenta, para alguns era uma luta mais árdua do que para outros, mas o indivíduo deveria procurar a qualquer custo manter o seu equilíbrio interior, independente dos fatores externos adversos, pois só assim ele não perderia a sua liberdade, felicidade e preparação diante de situações complicadas.
Os argumentos de Demócrito são bastante persuasivos, na medida em que a busca da felicidade, para ele, é um estado de espírito baseado em reações amigáveis, que facilitam a reflexão e análise das reações pessoais no transcorrer do dia a dia. Não é à toa que Demócrito era conhecido como o "filósofo risonho" pelos seus concidadãos.
Demócrito possuía ainda amplos conhecimentos nos campos da Matemática, Geometria, Astronomia e História, tendo viajado para todas as grandes cidades da Ásia Menor. Ele ainda fundou na sua região nativa de Abdera, na Trácia, uma grande escola, escreveu aproximadamente 70 obras, sendo que, lamentavelmente, apenas alguns registros conseguiram ser resgatados com o passar dos milênios e teve uma vida longa, morrendo com cem anos de idade!