No século XX, uma das teorias mais aceitas sobre o processo da informação era de Richard Gregory (psicólogo britânico), a teoria top-down. Porém, essa teoria deixava dúvidas sobre a percepção humana. Percebendo essas lacunas, James Gilbson (psicólogo americano) começou a desenvolver a sua própria teoria, a teoria bottom-up.

A teoria de Gilbson afirma que a percepção humana é relacionada a mecanismos sensoriais diretos e que não é necessário nenhum tipo de aprendizagem anterior, diferente da de Gregory que diz que a percepção é formada de "hipóteses" que o cérebro cria com informações já obtidas ao longo da vida.

Um exemplo didático para deixar claro: quando você marca uma consulta médica em um lugar desconhecido, você precisa ligar para o consultório para direcioná-lo. A recepção vai dizer passo a passo o caminho que deve ser seguido e você vai tomar nota.

Ou seja, as informações que você recebe são fragmentadas e não temos nenhuma informação sobre o lugar da consulta, porém as que anotamos serão suficientes para acharmos o consultório. Isso que Gilbson queria dizer. O cérebro absorve diversas sensações do ambiente, são interpretadas e não é necessário nenhum tipo de hipótese sobre possíveis lacunas deixadas para que faça sentido.

Essa teoria é também chamada de "teoria ecológica", porque a compreensão é explicada pelo ambiente e, diferente do top-down que transcende o mundo ficcional, ela fica no mundo mais realista.

Infelizmente, as teorias não conseguem explicar tudo sobre o processo da informação, se forem colocadas de forma independente. Enquanto que a bottom-up só consegue explicar o entendimento quando a quantidade de informações recebidas são o suficiente para ter uma compreensão, a top-down só consegue explicar quando há escassez de estímulos e o cérebro precisa “preencher os buracos”.

No entanto, posteriormente outra teoria foi desenvolvida por Neisser em 1976, conhecida como ‘Ciclo Perceptual’. Essa nova teoria afirma que as informações recebidas são processadas baseadas em nossas experiências anteriores, em como adquirimos as novas informações e a relevância dela aos nossos interesses.Tudo de uma maneira circular.

O ciclo pode ser reparado constantemente em atividades diárias e como a atenção humana relaciona, adapta e categoriza novos conhecimentos.