Trinta e oito por cento da matéria sólida do Leite é composta de proteína. E dessa proteína, 80% é composta por caseína e o restante pelo soro de leite. A diferença entre soro e caseína reside na forma como são digeridos e como reagem no nosso corpo.

A proteína do soro é digerida e absorvida rapidamente pela corrente sanguínea, o que provoca um rápido aumento da insulina. Este processo estimula o IGF-1 (fator de crescimento da insulina), presente na criação e proliferação de novas células cancerígenas. Como a caseína é digerida de forma muito lenta, as substâncias naturais de tipo morfina na caseína conhecidas como casomorfinas, atuam como opiáceos no corpo, à medida que entram na corrente sanguínea.

Poucos minutos depois de ingerir um alimento à base de leite, a caseína leva à produção de casomorfinas, que se ligam aos receptores de opiáceos no cérebro e causam dependência aos produtos lácteos (daí o motivo pelo qual se torna muito difícil deixar de ingeri-los). As casomorfinas desencadeiam uma resposta tão viciante, que foram comparadas com heroína, em termos de força, para causar dependências alimentares e distúrbios do humor.

Sintomas da sensibilidade à caseína

Os sintomas comuns de sensibilidade láctea decorrentes da caseína são: produção excessiva de muco; problemas respiratórios; problemas digestivos, como obstipação, flatulência, inchaço, diarreia; mas também problemas de pele, como acne, erupções cutâneas e vermelhidão ou irritação; fadiga e insônia.

Também intensifica o chamado brain fog e aumenta a intensidade de estados de depressão.

Os sintomas começam a revelar-se logo na infância. Crianças alimentadas com leite e produtos lácteos desenvolvem com muito mais facilidade doenças respiratórias e começam desde cedo a ser tratadas com antibióticos. O uso recorrente de antibióticos leva a uma irritação mais significativa do intestino, causando a inflamação.

Se a isto juntarmos uma sensibilidade ou intolerância a laticínios, criam-se as condições ideais para levar a uma maior permeabilidade intestinal. O intestino permeável permite que as proteínas lácteas passem no sangue e sistema linfático, o que ativa o sistema imunológico.

Para uma pessoa saudável, sem intolerância ou alergia a produtos lácteos, sem doenças autoimunes e sem outras condições em que um intestino permeável possa ser um potencial contribuidor, os produtos lácteos podem ser perfeitamente consumidos e até benéficos (especialmente produtos lácteos fermentados e com mais elevado teor de gordura).

Mas para o restante, faz mais sentido eliminar este tipo de produtos pelo período mínimo de um mês e voltar a introduzi-los na alimentação, com o intuito de determinar se provoca ou não algum sintoma.