Um almoço acompanhado de um refrigerante mudou para sempre a vida da família de um jovem da cidade de Alterosa, no Sul de Minas Gerais. Há dois anos, o caminhoneiro Paulo Rogério Nogueira Ruela, hoje com 25 anos, ficou em estado vegetativo depois de ter a garganta picada por uma Abelha que estava escondida na lata da bebida. O incidente ocorreu em Campinas, no estado de São Paulo, onde ele estava trabalhando.
A reação alérgica severa somada ao socorro demorado (ele esperou duas horas e meia para ser atendido!) fizeram com que faltasse oxigênio no cérebro do rapaz.
Ele perdeu os movimentos, a capacidade de falar, só se alimenta por sondas e usa fraldas. Rogério depende totalmente dos cuidados da mãe, Neusa Maria Nogueira. Mas os amigos e os familiares permanecem com a esperança de que o quadro dele melhore.
Rede de solidariedade “Juntos com Rogerinho”
Rogerinho, como é conhecido na região, conta hoje com uma rede de apoio voluntário para mantê-lo com uma condição de vida digna. Campanhas já foram realizadas para arrecadação de dinheiro e suprimentos, mas a ajuda precisa ser constante. Rogerinho e a mãe vivem apenas com a aposentadoria por invalidez do jovem e o valor não atende a todas as necessidades do rapaz.
A página no Facebook “Juntos com Rogerinho” reúne pessoas solidárias que se esforçam para angariar doações de itens básicos para a recuperação do rapaz.
Uma das medidas mais urgentes é a reforma do banheiro da casa onde Rogerinho vive, no bairro Cruzeiro. O espaço precisa ser adaptado para que a mãe consiga levá-lo com conforto para tomar banho.
Lucia Helena, moradora da cidade vizinha Areado, tem convocado colaboradores também para que o rapaz consiga atendimento especializado de qualidade, aumentando assim as chances de melhora.
Como se dá a reação alérgica com efeitos graves?
No programa de rádio Saúde com Ciência da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o infectologista Délio Campolina explicou que o veneno do ferrão da abelha demora cerca de dois minutos para ser inoculado e alguns dos sintomas podem surgir imediatamente à picada.
Quando a pessoa não possui alergia, há uma dor e um inchaço facilmente controlados no local atingido. Por outro lado, o alérgico pode desenvolver edema de glote e incapacidade de respiração, assim como ocorreu no incidente de Rogerinho.
O choque anafilático (reação grave que leva segundos para se manifestar) causado pelo contato com o agente alérgeno, segundo o especialista, pode até mesmo causar a morte da pessoa alérgica ao inseto. O fato de a picada sofrida pelo jovem ter sido na garganta agravou o quadro, tendo em vista que o edema prejudicou a passagem de ar.
A medida de precaução aconselhada em casos em que a pessoa sabe que tem a alergia a abelhas é sair de casa com um kit contendo uma dose de adrenalina para aplicação em caso de picadas.
O socorro rápido é essencial para evitar complicações à saúde.
Em junho deste ano, Diego Hypolito foi hospitalizado às pressas após provar lagostim no programa 'Mais Você', pois não sabia que era alérgico. Já em Harrow, noroeste de Londres, o que ocorreu foi uma tragédia: após provar uma panqueca feita pelo pai, a pequena Nainika Tikoo de nove anos sofreu o choque anafilático e morreu. A família desconhece o ingrediente que causou a reação.