Quem não conhece o Pernalonga, o Tambor, do desenho Bambi, ou o Coelho Branco, de Alice no País das Maravilhas? Esses famosos coelhinhos são amados personagens de desenhos animados clássicos da infância, filmes e literatura.

Mas você já se perguntou como o mais famoso de todos, o coelhinho da páscoa, se tornou sinônimo de um feriado comemorativo da ressurreição de Jesus?

Coelho da Páscoa

Embora não exista nenhuma documentação histórica que explique como um coelho se tornou o ícone da Páscoa, a conexão mais óbvia pode ser o calendário. A Páscoa se originou no Hemisfério Norte e lá o mês de abril traz as flores da primavera e o nascimento de bebês coelhos, ou seja, tanto a primavera quanto os coelhos são símbolos icônicos de nascimento e renovação.

“Os coelhos são símbolos de fertilidade e são associados à chegada da primavera porque são tão prolíficos e dão à luz assim que o tempo esquenta”, observa Diane Shane Fruchtman, PhD, professora assistente de religião da Universidade Rutgers, New Brunswick , Nova Jersey (EUA). Mas, de acordo com ela, não há significado religioso para um coelho ser parte do feriado de Páscoa.

Ovo de Páscoa

O feriado da Páscoa é uma celebração da ressurreição de Jesus que, segundo os Evangelhos de Marcos, Mateus e Lucas, celebrou o feriado da Páscoa judaica numa quinta-feira (a última ceia foi um Séder Pascal, ou seja, a celebração do êxodo dos israelitas do Egito), foi crucificado em uma sexta-feira e ressuscitou dos mortos em um domingo, no terceiro dia após sua crucificação.

De fato, o ovo de Páscoa tem mais contexto histórico do que o coelhinho, em que os ovos podem ter sido parte da última ceia, como ainda é hoje no Séder Pascal dos judeus.

"Não sabemos ao certo, mas depois as fontes judaicas incorporam firmemente o ovo no ritual da Páscoa", diz Diane Fruchtman, "embora não haja referência alguma à coelhos".

A referência mais antiga ao coelhinho da Páscoa remonta ao século XVI, quando os alemães contavam às crianças que um coelho traria presentes na Páscoa.

Quando os imigrantes germânicos se estabeleceram na América em 1700, trouxeram essa tradição, que até incluía crianças deixando cenouras no jardim para presentear o coelho da Páscoa.

Mas há outra teoria popular de onde veio o coelhinho da Páscoa. É do mito de Eostre, a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia nórdica, onde seus símbolos eram os ovos e os coelhos, que teriam sido posteriormente assimilados por judeus e cristãos.

Embora as verdadeiras origens do coelhinho da Páscoa possam nunca ser totalmente conhecidas ou acordadas, o coelho e o ovo continuam sendo muito amados nas tradições do feriado pascal.

"Mesmo se o seu típico sermão de Páscoa não incluir nada sobre coelhos, ovos ou fertilidade, isso não quer dizer que o coelhinho e os ovos de Páscoa não são tradições religiosas", diz Diane Fruchtman. “A religião é muito mais que doutrina, textos, crenças e construções sagradas. É sobre práticas, comunidade, memória, família, lar e tradições que têm significado para você.” E você, acredita no coelhinho da Páscoa ou não?