A infidelidade ainda é um tabu universal, e mesmo assim continua sendo praticada em todo o mundo, afirma a psicoterapeuta Esther Perel, autora do bestseller "A situação do amor: repensando a infidelidade".

De acordo com Perel, nas relações modernas, as mulheres têm o mesmo nível de sentimento de culpa, seja quando ela é traída ou quando ela trai.

Cada vez mais mulheres admitem já ter traído o parceiro

A variação de traição é diferente de pessoa para pessoa, disse a socióloga Alicia Walker, em entrevista à BBC.

"A maioria das pessoas acredita que exista um conceito universal sobre o que é traição, mas na realidade duas pessoas que se amam e vivem juntas, podem ter conceitos e definições diferentes sobre o que significa", afirma a socióloga.

De acordo com Walker, para algumas pessoas, manter uma relação íntima fora do relacionamento não é uma traição. A traição só existe quando há algum tipo de envolvimento emocional ou sentimental.

Outros afirmam que fazer um programa, ver, mandar fotos com conteúdo extravagante ou ter contato com algum ex não é traição. Enquanto outras pessoas acreditam que isso também é uma forma de trair.

Estudos feitos pela Universidade do Missouri afirmam que a infidelidade feminina oscila entre 26 e 70%. As mulheres estão traindo 40% mais do que em 1990. Os números aumentaram, principalmente, quando a traição passou a envolver também beijos ou carícias, apenas.

"As mulheres não falavam sobre seus desejos há 20 anos e hoje a maioria delas são independentes e querem aventuras, pessoas que possam satisfazê-las, assim como os homens que procuram mulheres fora de casa”, explica a socióloga.

Quando as mulheres traem?

"Antigamente as pessoas acreditavam, que os homens traíam por causa de falta de relação íntima e as mulheres por razões emocionais, porque estavam apaixonadas ou porque queriam ser valorizadas por um homem", disse Walker.

Mas, de acordo com os estudos e as entrevistas feitas com homens e mulheres - que traíram seus cônjuges, os motivos que levam uma pessoa a trair a outra varia de pessoa para pessoa, não por causa do gênero.

Todas as mulheres entrevistadas por Walker foram unânimes em afirmar que traíram seus companheiros por ficarem meses ou, às vezes, até anos sem fazer amor com o marido. E que quando isso acontecia, era chato, rápido e não dava plenitude a elas.

"Em um determinado momento, estas mulheres decidiram manter seu casamento e suas famílias, e terem um 'affair' com outro homem, que as valorizasse intimamente e sem envolvimento emocional”, completa Perel.

As mulheres são infiéis quando estão sentindo falta de afeto, de carinho e de companheirismo. A facilidade nos dias de hoje em conhecer parceiros e pessoas dispostas a uma aventura que não seja séria é muito maior que há alguns anos.

"O amor é muito complicado, mas a infidelidade é mais ainda”, finaliza a especialista.