Uma pesquisa realizada por estudiosos da USP de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, concluiu que as pererecas usam um ‘truque’ peculiar para atrair os parceiros machos. Os pesquisadores descobriram que elas mantêm uma associação com bactérias para exalar um cheiro e atrair os parceiros.
De acordo com os cientistas, tal descoberta pode auxiliar na compreensão de outros organismos que possuem papel fundamental e proporcionam grandes benefícios principalmente para os humanos.
A pesquisa
O departamento de química e física da USP foi o responsável pelo estudo.
É dentro das rãs arborícolas, pertencentes à espécie Boana Prasina, que os microorganismos do gênero Pseudomonas são capazes de produzir cheiros que, por sua vez, têm a função de atrair fêmeas e machos para a hora do acasalamento.
Segundo informações do G1, recentemente foi publicado em uma revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a Proceedings of the National Academy f Sciences, o trabalho que é resultado de uma parceria entre Norberto Peporine Lopes, que é professor no departamento de química e física da USP, e o pós-doutorado biólogo argentino Andrés Eduardo Brunneti. Norberto ficou responsável pela supervisão do estudo.
Lopes afirmou que a pesquisa está revelando que qualquer ser vivo, inclusive humanos, tem parte das funções realizadas por microrganismos.
Inclusive, Lopes relatou que eles não faziam ideia de que a influência de microrganismos era tão grande nas vidas das pessoas.
O início
A pesquisa teve seu início há mais de três anos. O G1 ainda relatou que para realizar o estudo, que também contou com a participação da Unesp de Rio Claro, no interior de São Paulo, pesquisadores foram motivados pelo cheiro forte que as rãs exalam.
As rãs são encontradas mais facilmente na região Sudeste e Sul do Brasil.
De acordo com Brunneti, cerca de 20% dos anfíbios são providos de um odor característico, porém, os motivos que justifiquem o odor desses anfíbios que se manifestam em cerca de sete mil espécies diferentes no mundo não foram esclarecidos.
Em Buenos Aires, o argentino já tinha estudado a respeito de substâncias voláteis que estão presentes em sapos.
Ele realizou esse estudo em seu doutorado. Foi a partir daí que se levantou a hipótese de que rãs poderiam expelir cheiros com a intenção de conseguir fazer uma ligação entre os machos da mesma espécie. Antes do estudo ser realizado, existia uma crença de que o cheiro era expelido para que elas pudessem manter os pescadores afastados.