A Receita Federal divulgou no mês passado informações referentes a dados estatísticos de contribuintes brasileiros, de acordo com as Declarações de Imposto de Renda de 2013. A análise dos dados pode contribuir para melhor compreensão da realidade da atual estrutura socioeconômica de nosso país.
Dados da Receita:
Faixa de rendimento Nº de declarantes
- Até 1/2 1.268.688
- 1/2 a 1 518.341
- 1 a 2 1.075.827
- 2 a 3 2.692.915
- 3 a 5 7.882.026
- 5 a 10 7.300.376
- 10 a 20 3.522.174
- 20 a 40 1.507.344
- 40 a 80 18.567
- 80 a 160 136.718
- > 160 71.440
- Total 26.494.416 .
- Faixa de rendimento em salários mínimos.
- Dados parciais extraídos do site: G1.globo.com.
Contextualizando os dados
Depurando os dados divulgados acima, denota-se que praticamente 60% dos contribuintes declararam renda entre 3 e 10 salários mínimos (ou entre R$ 2.300,00l e R$ 7.800,00 aproximadamente).
Outro dado expressivo é que somente 20%, dos que declararam rendimentos à Receita, recebem mais de 10 salários mínimos (representando aproximadamente apenas 2% da população brasileira).
Dados de outros Órgãos
Dados do IBGE de 2014 nos indicam que o salário médio do trabalhador brasileiro foi de R$ 2.100,00. A renda média mensal do brasileiro (conforme PIB per capita em 2014) ficou em torno de US$ 650,00. Complementarmente, dados do TCU de 2014 nos indicam que a União, Estados e Municípios se apropriaram, a fim de manter sua crescente estrutura administrativa, de 50% do PIB (tudo o que é produzido por ano pela sociedade).
Evidências
- O crescimento quantitativo da classe média (renda entre 5 e 10 salários mínimos) é fato incontestável.
- No entanto, dado o baixo crescimento econômico do país nas últimas décadas, aliado ao crescimento vegetativo populacional e à crescente carga tributária estatal, constata-se que a outrora glorificada classe média brasileira aumentou em tamanho mas em contrapartida perdeu poder aquisitivo, auferindo renda cada vez menor.