Conforme o jornal Folha de S.Paulo, a produção industrial em julho diminuiu em 1,5%, influenciada, principalmente, pelo setor de alimentos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 2, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Desta forma, se comparado a julho de 2014, a indústria acumula um recuo de 8,9%, o que representa a décima sétima contração consecutiva da produção industrial no país, somente perdendo para julho de 2009, quando a queda foi de 10%. O resultado desfavorável já era previsto por especialistas, porém, a contração industrial surpreendeu até aos economistas mais pessimistas.
Especialistas da Bloomberg estimavam a queda em apenas 0,1%, se comparado a junho, e de 6,3% quando comparado ao mesmo mês de 2014. Segundo o IBGE, o recuo na produção industrial foi puxado, sobretudo, pelos alimentos que tiveram queda de 6,2%, em julho, se comparado a junho. No entanto, não só o setor alimentício pode ser considerado o vilão. Dos 24 ramos da indústria, 14 outros setores também recuaram. Também chamou a atenção dos especialistas, o recuo do setor de bebidas de 6,2%.
A única categoria que avançou, de forma significativa, o que surpreendeu aos economistas, foi o de bens de consumos duráveis, que cresceu 9,6% de junho para julho.
Esse avanço, contudo, não recupera as perdas acumuladas entre outubro de 2014 e junho de 2015, que somaram 25,2%. Essa categoria inclui eletrodomésticos e automóveis.
O resultado negativo da produção industrial nesse mês, de 1,5%, faz com que a indústria se distancie do melhor momento da série histórica, que foi em junho de 2013, com produção de 14,1%, e mais, retrata o péssimo cenário da economia, aproximando esse setor de patamares de maio de 2009, quando a indústria tentava se recuperar dos efeitos da crise mundial de 2008.
A explicação de técnicos do IBGE para esse resultado ruim é a falta de confiança dos empresários e consumidores na economia do Governo, o que afeta, de um lado, os investimentos, e por outro, o consumo das famílias. O mercado de trabalho em baixa, a inflação alta e o crédito caro, explicam esse momento crítico do país.