Não é àtoa que os produtos no mercado estão cada vez mais caros. A inflação, uma das vilãs do Governo da presidente Dilma Rousseff, em conjunto com os juros altos, formam a dupla que pesa no bolso do brasileiro. Mesmo que possa parecer, esse cenário não é apenas econômico, mas sim um reflexo dos problemas políticos, como a investigação da Lava Jato. Na atual Crise econômica e Política, recuperar a confiança dos investidores tem sido um desafio maior do que a presidente e a sua equipe conseguem lidar.
"É um ciclo. Os escândalos políticos passam a imagem de um país sem estratégia, sem rédeas, principalmente por envolver a maior estatal brasileira, a Petrobras.
Tudo isso leva desconfiança aos investidores, que escolhem outros países para aplicar recursos", explicou o economista Pedro Tavares.
Com menos oferta de dinheiro, é natural do mercado que a inflação e os juros subam. E quem sofre mais com isso é a população. Nos últimos 12 meses, o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que mede a inflação oficial no país - acelerou 9,93%. O resultado é 5,43 pontos percentuais maior do que a meta central do governo para o indicador, de 4,5%. É acima, ainda, do teto esperado pela equipe econômica, de 6,5%.
Entretanto, a inflação alta tem um objetivo, que é segurar a Selic - juros oficial. Mas a estratégia não parece ser suficiente, com a taxa ao atual patamar de 14,25%.
O reflexo para a população é o aumento do valor do crédito, com juros chegando a 400% ao ano nos cartões de crédito, por exemplo.
"Quem sofre é a população, que já passa por um momento de dificuldade. O salário real não sobe, ao contrário dos preços, principalmente da alimentação. Até contratar um empréstimo é mais complicado, com os juros muito acima do ideal, o resultado também é o aumento da inadimplência no país", complementou Tavares.
Para piorar, a taxa de desemprego chegou a 8,3% no trimestre terminado em agosto. O indicador representa que há mais pessoas na fila do desemprego, enquanto as vagas se tornam mais escassas.