O Brasil caminha para a pior recessão de sua história. A afirmação foi feita pelo banco Credit Suisse no último domingo, dia 07 de fevereiro, baseada em um estudo feito pela própria organização bancaria. Segundo o estudo, o país corre um risco, quase inevitável, de viver três anos seguidos em recessão, o que não ocorre desde o início do século passado.
As projeções anteriores para 2016/2017, feitas pelo Credit Suisse no final de 2015, apontavam para uma contração na economia brasileira de 3.5% do PIB (Produto Interno Bruto), porém, agora, neste primeiro bimestre do ano, o banco já aponta um número próximo, ou até mesmo superior, a 4% de contração do PIB brasileiro.
Para o ano de 2017, o banco estima melhoras tímidas na economia do país, no entanto, ainda com contração, contudo, bem mais baixa do que as apontadas para 2016, em torno de 1% do PIB. Caso os prognósticos negativos se confirmem, o triênio (2015/2016/2017) ficará marcado como o maior período de Crise econômica do Brasil em sua história político-econômica recente.
Segundo economistas e historiadores, a última crise econômica ocorrida no Brasil com proporções semelhantes a esta que está em voga foi durante o biênio 1930/1931, período no qual o mundo inteiro encontrava dificuldades econômicas devido à histórica quebra da Bolsa de Nova York, em 1929.
No entanto, nesta ocasião, a economia brasileira viveu apenas dois anos de crise, sendo retomado o crescimento a partir de 1932. Desta vez, segundo o estudo do Credit Suisse, o Brasil não deve se recuperar rápido, e deve mesmo passar por três anos seguidos de crise em sua economia.
Economista confirma previsão negativa de banco
Para o economista Adriano Fonseca, o estudo do Credit Suisse apenas confirma o que muitos economistas brasileiros já previam.
“Desde o final de 2015 que muitos de nós economistas brasileiros já afirmamos que a crise econômica no Brasil vai continuar. Esse prognóstico se deve muito por conta da crise Política que parece não ter fim no país. O risco de impeachment da presidenta da República, Dilma Rousseff, aliado aos casos de corrupção investigados pela Lava Jato, que, cada vez mais, chega perto de nomes fortes do PT, como o do ex-presidente Lula, gera um outro problema, e que mantém mais forte a crise: a desconfiança do mercado internacional.
É nessa situação externa, a cada dia mais desfavorável, que os nossos prognósticos são baseados, e é nisso que se baseia também o estudo do Credit Suisse”, explica Fonseca.
“Apenas para concluir, outro fator que considero como agravante para a manutenção desta crise econômica que está aí, em pleno vigor, é a falta de medidas contundentes e eficientes por parte do Governo, ou seja, ações que sejam capazes de superar este quadro grave. Sinto Dilma e os seus aliados perdidos, sem saber como reverter esta situação. A falta de preparo político reflete de forma desastrosa na economia, e, infelizmente, nossos governantes não estão nos convencendo de que podem consertar o erro que criaram. Por isso, os prognósticos negativos estão aí para nos atormentar”, lamenta o economista.