Em alguns momentos, o esporte brasileiro se vê no meio de discussões polêmicas e se nega a discutir temas delicados com a seriedade que seria necessária a uma discussão dessa envergadura.

Na terça-feira (5), a notícia de que Rodrigo Pereira de Abreu, hoje conhecida como Tiffany Abreu, assinou contrato com o Vôlei Bauru e vai jogar a próxima Superliga feminina virou assunto em todo o Brasil. Tiffany será a primeira mulher trans a disputar um torneio feminino no País.

A atacante/oposta chegou ao Vôlei Bauru em julho deste ano, depois de concluir o processo de mudança de sexo.

O time paulista contratou a atleta para ajudá-la na recuperação físiao durante o período em que se recuperava da operação.

Ela não foi a primeira que mudou de sexo e foi contratada pelo Vôlei Bauru. Na temporada 2015-2016, a equipe havia contratado a ponteira cubana Yoana Palacios, que passou pelo mesmo procedimento cirúrgico.

Pronta para jogar

Na terça-feira, o Vôlei Bauru anunciou que Tiffany vai disputar a Superliga feminina. Em entrevistas, a oposta afirmou que antes levava vantagem sobre as mulheres, mas que hoje compete em pé de igualdade.

Por ter nascido homem, muita gente acredita que Tiffany leva vantagem sobre as atletas que nasceram mulher e têm menos força por isso. Nas redes sociais, muita gente defendeu a presença de Tiffany no time feminino, mas houve também quem criticasse a situação.

Tiffany está liberada para atuar desde o início do ano. A liberação foi feita pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB), a entidade que rege o esporte em todo o planeta e determina as regras principais do vôlei.

Carreira

O caso de Taffany é bastante curioso porque antes de fazer a cirurgia de mudança de sexo ela atuou em campeonatos masculinos.

No Brasil, por exemplo, disputou a Superliga masculina A e B.

Ainda como homem, jogou também competições nas ligas de vôlei de países como Indonésia, sem muita tradição no vôlei, e a segunda divisão da Itália, que tem, segundo os especialistas, a melhor competição de voleibol do planeta.

Ainda na Europa, passou também por ligas francesas, portuguesas, espanholas, belgas e holandesas, até que decidiu fazer a transição de gênero e passar a atuar entre as mulheres.

Transexualidade

O Transtorno de Identidade de Gênero ainda é listado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença mental. O texto de referência aparece no ICD 10. Embora haja no meio cientifico pessoas que defendam que o transexualismo não se trata de uma doença mental. Estudos indicam que os problemas mentais associados a essas pessoas se dá por conta da rejeição que sofrem.