O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e outras sete pessoas foram indiciados nesta terça-feira (11) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, por conta do incêndio ocorrido no CT Ninho do Urubu, em 8 de fevereiro deste ano. Dez jogadores das categorias de base do Flamengo morreram e outros três foram hospitalizados. Eles irão responder por homicídio doloso. O inquérito, assinado pelo delegado Márcio Petra, da 42ª Delegacia de Polícia (Recreio).

Além do ex-presidente flamenguista, também foram indicados pela Polícia os engenheiros da NHJ, Danilo da Silva Duarte, Weslley Gimenes e Fábio Hilário da Silva, o técnico em refrigeração Edson Colman da Silva, os engenheiros do Flamengo, Luis Felipe Pondé e Marcelo Sá, além do monitor do Flamengo Marcus Vinícius Medeiros.

Questões que foram investigadas

Durante o trabalho de investigações, a policia analisou diversas questões. Uma delas foi que havia o conhecimento que diversos jogadores da base residiam em container e que ele não era apropriado para ser dormitório de atletas. Nesses containers haviam diversas irregularidades elétricas, estruturais e aparelhos de ar condicionados instalados que careciam de manutenção.

Além disso, também foram citados a ausência de monitor no local, a recusa de assinatura do TAC, que havia sido proposto pelo Ministério Público do estado e tinha como objetivo a regularização da situação precária em que os atletas ficavam alojados, e também o descumprimento da Ordem de Interdição do CT.

Além disso, o clube já havia recebido diversas multas impostas pelo Poder Público por conta da desobediência da ordem de interdição. As investigações também apontaram que a área onde ficava os alojamentos deveria servir como um estacionamento.

Relembre o caso

Na madrugada de 8 de fevereiro, um curto-circuito ocorrido em um dos aparelhos de ar-condicionado do CT Ninho do Urubu, causou um incêndio que atingiu os dormitórios dos atletas das categorias de base.

A maioria dos jogadores dormiam na hora que o começou o fogo, que se espalhou rapidamente devido a alta quantidade de material inflamável presente no local.

Dez garotos morreram no incêndio e outros três tiveram que ser hospitalizados por conta da fumaça inalada e também por queimaduras. A tragédia só não foi maior porque em razão do cancelamento do treino da véspera, muitos garotos, que moravam no Rio de Janeiro ou cidades próximas, foram liderados para passarem a noite em suas casas.

Até o momento, o clube fechou apenas três acordos de indenização, feitos com os familiares do Athila, Gedinho e com o pai do Rykelmo. A mãe deste último garoto segue negociando.