Em jogo válido pela Copa Internacional dos Campeões, ocorrido no último domingo (28), Milan e Benfica protagonizaram um lance no mínimo curioso.

O lance aconteceu entre o goleiro Odysseas Vlachodimos e o zagueiro Rúben Dias, ambos da equipe portuguesa, aos 30 minutos do primeiro tempo. Ao cobrar o tiro de meta, o arqueiro deu uma cavadinha para o defensor (que estava próximo graças a uma recente mudança nas regras do Futebol), que devolveu de cabeça para o goleiro, que rapidamente lançou a bola com as mãos para o companheiro Alex Grimaldo.

No momento, o árbitro da partida deixou o jogo correr, sem interferir na jogada, porém, no intervalo ele disse que não iria mais permitir tal lance. No entanto, ninguém soube afirmar se era ou não permitido tal acontecimento.

O jogo terminou com a vitória do Benfica por 1 a 0, gol de Adel Taarabt (70'). O time de Lisboa lidera a competição com 9 pontos em 3 jogos. Ele possui dois pontos a mais que o segundo colocado, o Arsenal (Inglaterra). Com essa vitória o time ficou próximo do título do torneio. Somente o time inglês do Manchester United pode alcançar os encarnados, pois tem seis pontos em 2 jogos e precisa fazer três gols sem sofrer nenhum.

O que a regra diz

A International Board (entidade que cuida das regras do futebol), em nova regra do tiro de meta, não impede tal jogada, pois, o jogador pode receber a bola dentro da grande área e não pode recuar para o goleiro com os pés, mas com a cabeça, sim.

Contudo, a regra de número 12 dá margem à polêmica, pois fala de atitude anti-desportiva quando se usa “truque” deliberado para recuar uma bola (podendo ser até cobrando uma falta) para o goleiro com a cabeça, peito, joelho, etc, buscando contornar a regra, independentemente se o goleiro tocar a bola com as próprias mãos.

Só que a grande dúvida é: ele usou este artifício para contornar as regras ou o goleiro colocou a bola em jogo e recebeu um recuo de cabeça, o que é permitido neste último caso?

Comentaristas debateram o lance ao redor do mundo e o recuo dividiu opiniões.

O veredito

Segundo os jornalistas Dale Johnson e Leonardo Bertozzi, da ESPN, a International Board enviou um comunicado esclarecendo que a regra do tiro de meta foi criada para tentar impedir a cera no futebol e que a ação não teve a intenção de retardar, e sim de agilizar o jogo. Na partida entre Benfica e Milan, o goleiro Odysseas Vlachodimos e o zagueiro Rúben Dias tiveram clara intenção de agilizar o lance e não de retardar, portanto, o lance é considerado legal.

Regra do tiro de meta

A intenção da nova regra do tiro de meta (regra 16) era dar agilidade ao jogo, fazer com que o jogo ficasse mais dinâmico e evitar cera dos jogadores e também do goleiro. De acordo com essa regra, agora o goleiro pode bater um tiro de meta e o defensor receber a bola dentro da grande área, o que era proibido nas antigas diretrizes.