Se dentro de campo as coisas não iam nada bem para o Cruzeiro no Campeonato Brasileiro do ano passado, os dirigentes do time buscaram uma ajuda extra para tentar escapar da Série B. De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira (23), pelo portal UOL, o clube solicitou, já nas rodadas finais, o serviço de um babalorixá, popularmente chamado de pai de santo, Reginaldo Muller Pádua. Os esforços não deram certo e, como todos sabem, a Raposa foi parar na segunda divisão.

De acordo com a reportagem, um total de 6 mil reais foram pagos em três parcelas durante os meses de outubro e novembro, época em que a briga para não cair havia ficado mais dramática.

O religioso revelou que ainda faltam ser pagos 4 mil reais e disse que a conversa foi entre ele e o então diretor de Futebol do clube Zezé Perrella.

Os pagamentos

O UOL afirma ter tido acesso aos comprovantes de depósitos feitos por um funcionário do cruzeiro. O primeiro pagamento, no valor de R$ 2.500 foi efetuado no dia 16 de outubro, um pouco antes das 16 horas. Naquela mesma tarde o time azul bateu o São Paulo por 1 a 0 no Mineirão.

O segundo depósito foi o maior deles. O montante de 3 mil reais foi transferido no dia 13 de novembro. Três dias antes, o time havia empatado sem gols o clássico diante do Atlético Mineiro. Cinco dias depois do depósito, ocorreu um novo empate sem gols, desta vez contra o rebaixado Avaí, em pleno estádio do Mineirão.

O terceiro e último depósito foi realizado no dia 28 de novembro. Horas mais tarde, a equipe seria derrotada pelo CSA, também rebaixado, por 1 a 0, em pleno Mineirão, o que fez praticamente a equipe mineira carimbar seu passaporte para a segundona.

Faltaram R$ 4 mil

Benecy Queiroz, chefe do departamento técnico do cruzeiro, foi quem deu o aval para o pagamento feito a Pádua.

Ao portal UOL o dirigente confirmou o pagamento e disse que o mesmo foi pedido por Zezé Perrella, responsável pelo futebol do clube na época.

Também procurado pelo UOL, o babalorixá revelou que recebeu apenas 6 mil reais. Ele disse que o assunto havia ficado entre ele e Zezé Perrella e relatou não saber como informação chegou até a imprensa.

Pádua afirmou ainda jamais ter conversado com o então presidente do Cruzeiro na época. Wagner Pires de Sá, apenas com Perrella e Valdir Barbosa. “O Sr. Wagner não tem nada a ver com isso”, falou.

Pires de Sá também foi procurado pela reportagem e disse desconhecer se alguém do clube tenha contratado esse serviço, mas assegurou que não foi o Cruzeiro quem pagou dos valores. "Não sei se alguém foi lá e contratou. O Cruzeiro não, o clube não”, afirmou. Já Perrella disse desconhecer a situação e disse que isso tinha que ser perguntado a Pires de Sá.