Depois de ficar alguns dias internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, morreu nesta segunda-feira (25), o técnico Oswaldo Alvares, o Vadão, aos 63 anos de idade. Ele lutava contra um câncer de fígado descoberto no começo deste ano, quando já estava em estágio avançado.

Vadão chegou a fazer tratamento de quimioterapia e seu quadro de saúde havia melhorado, mas nos últimos dias apresentou piora, o que fez que ele fosse transferido de Campinas para a capital na semana retrasada.

Seu último trabalho foi à frente da Seleção Brasileira Feminina, que chegou até as quartas de final da Copa do Mundo, disputada ano passado na França.

Ele também dirigiu vários clubes como São Paulo, Corinthians, Athlético Paranaense, Ponte Preta, Guarani, Portuguesa, São Caetano, Mogi Mirim, dentre outros.

A carreira

Vadão começou sua carreira de jogador atuando nas categorias de base do Guarani e do Botafogo de Ribeirão Preto. Já no time profissional passou por Paulista de Jundiaí, Velo Clube de Rio Claro e Capivariano.

Após pendurar as chuteiras passou a atuar como treinador e seu primeiro trabalho de destaque foi em 1993 comandando a equipe do Mogi Mirim, quando implantou o esquema de jogo que ficou conhecido como Carrossel Caipira e tinha como base os jogadores Rivaldo, Válber e Leto.

Derbi Campineiro

O treinador tinha uma ligação muito forte com os times de Campinas e ganhou o apelido de Mister Derbi, uma vez que nunca havia sido derrotado no clássico da cidade.

Ao todo ele teve nove participações, sendo quando estava pelo lado do Bugre conseguiu quatro vitórias e um empate, enquanto pelo lado da Macaca ele somou uma vitória e três empates.

Também é o terceiro treinador que mais dirigiu o Guarani na história do clube, com 204 jogos somando suas cinco passagens, a última em 2017. Sob seu comando conseguiu levar o Bugre para a série A pela última vez em 2009.

Três anos depois conseguiu levar o time à decisão do Campeonato Paulista contra o Santos.

Pelos lados da Ponte teve quatro passagens, a última delas em 2014.

Lançou Kaká nos profissionais

Além de Rivaldo, Vadão também trabalhou com outro jogador que viria a se tornar o melhor do mundo. Foi ele que em sua passagem pelo São Paulo, em 2001, lançou Kaká ao time profissional.

E o jovem jogador não decepcionou, sendo decisivo na final do torneio Rio-São Paulo daquele ano, conquistado pelo tricolor contra o Botafogo.

Outro trabalho de destaque foi no Athlético Paranaense, quando ainda em 1999 levou o clube para sua primeira Libertadores ao vencer o torneio seletivo, além de ter deixado uma base para o time que viria a ser campeão brasileiro no ano seguinte.

Seleção Feminina

Pela Seleção Brasileira feminina ele teve duas passagens. A primeira delas em 2014, tendo ficado dois anos e sete meses no comando. Nesse período conquistou Copa América 2014, Torneio Internacional de 2014, Campeonato Internacional de 2015, Jogos Pan-Americanos de 2015, além ser quarto colocado nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.

Já a segunda passagem começou em setembro de 2017, tendo faturado uma Copa América em 2018 e ido até as quartas da Copa do Mundo do ano passado.