Para ser comissário de bordo ou aeromoça, não é preciso prestar concurso ou vestibular, é necessário primeiramente gostar de pessoas e gostar principalmente de atender e se relacionar com as mesmas. As exigências para tal cargo são poucas e bem acessíveis para quem ainda não concluiu uma faculdade, por exemplo. É necessário apenas ter ensino médio completo, fazer um exame no HASP (Hospital da Aeronáutica) e ser aprovado na escola de aviação, CEAB. Nela, os alunos passam por aulas e treinamentos práticos na selva - necessário para ajudar na sobrevivência em desastres aéreos - e depois fazerem provas em sala de aula, para que assim possam fazer um exame na ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e então estar apto a exercer a profissão nos céus.

No entanto, apesar de não ser exigido, muitas empresas têm preferência por profissionais da área que possuam algum idioma como inglês ou espanhol, já que muitos dos passageiros são estrangeiros. Outra recomendação é a questão da altura dos candidatos: as mulheres precisam ter 1,58 metro de altura enquanto os homens precisam de 1,65 metro de altura. Ambos precisam ser maiores de idade, (acima de 18 anos). O processo de recrutamento dos candidatos pelas empresas geralmente se dá por entrevista pessoal, dinâmica de grupo e testes psicológicos. Quando o candidato é selecionado, ele ainda passa por um bom período de treinamentos dentro da empresa antes de exercer a função. De acordo com a SNA (Sindicato Nacional das Aeromoças), o piso salarial dos profissionais gira em torno de R$ 1.628,07 nas linhas aéreas e R$ 1.271,78 para o cargo de aeromoça de táxi aéreo.

Relato de Experiência

A aeromoça gaúcha, Maely Dicaprio, conta um pouco sobre a profissão: "Ao se tornar uma comissária de voo, 'uma vida que se lança aos céus', sua vida profissional se volta para viagens, conhecimento de diversos lugares e comunicação em outros idiomas. É preciso estar preparada para diversas situações a bordo, como o atendimento aos passageiros, assistência, primeiros-socorros, atenção e segurança.

Presto um serviço com qualidade para que todos se sintam bem a bordo. Ser comissária é ser uma profissional de chegadas e partidas. Nem sempre em várias épocas (datas especiais) estamos presentes com nossos familiares, amigos ou parceiros. Nas folgas, nem sempre conseguimos estar com quem é importante pra nós, mas eles acabam aceitando a nossa rotina.

Como todo emprego, tem suas vantagens e desvantagens e eu amo aviação. Pra mim é uma vantagem, mas para quem tem família, muito apego, acaba atrapalhando, pois podem não se acostumar com nossa rotina. Acredito sim que fiz a escolha certa porque por mais difícil que seja, ainda sinto prazer. Acredito que o meu esforço é recompensador, pois subir a bordo e decolar é como se fosse o meu sonho se realizando".