A globalização conseguiu por vezes difundir e unir ideias, crenças, valores e culturas de fontes totalmente antagônicas e até mesmo com inclinações religiosas diferentes. Um objeto que comprova indubitavelmente esta verdade e que pode ser usado de variadas formas como um amuleto ou talismã, é chamado de "Olho Grego".
Indivíduos de todas as formações, religiões, ricos e pobres, nos cinco continentes se apegam à crença de que o olho confere algum tipo de defesa espiritual ou mesmo física. Mas o que é este objeto, como surgiu, teve origem realmente na Grécia, como se propagou por todo o globo, existem interesses econômicos por detrás da produção deste artefato?
Na realidade, a peça deveria ser chamada de olho egípcio e não olho grego ou turco, pois a imagem data de 3.000 anos a.C e é também conhecida como Olho de Hórus, cujo símbolo foi inspirado no falcão, fundindo o olho humano ao olho do animal. O deus Hórus teve um dos seus olhos arrancados e posteriormente recolocado através de prática mágica, diz uma lenda egípcia muito antiga, traduzindo renascimento, vigor, saúde e energia. O Egito foi a 1.ª potência mundial na história humana e a Grécia foi a 5.ª potência econômica, militar e cultural na sua época, cabendo justamente aos gregos o monopólio deste símbolo e ao que ele está atrelado.
Ele é usado por pessoas do mundo todo, independente de Religião (turcos, iranianos que são muçulmanos usam e gregos e armênios que são cristãos também usam) como símbolo da sorte, contra o mau-olhado, a inveja e as energias negativas, ou seja, é um escudo contras o negativismo, produzindo sorte, afastando tudo o que é ruim e perigoso, mas principalmente conferindo muita saúde e vigor físico a quem o possui.
O artefato geralmente é feito de vidro azul escuro, azul mais claro e branco, lembrando o olho de uma pessoa, onde o azul é um filtro de energia, isto é, se o indivíduo é exposto a uma quantidade excessiva de vibrações negativas, o olho funciona como um ímã e atrai tudo de adverso e prejudicial para si próprio e se racha para proteger o seu proprietário. Como a água é um símbolo universal de limpeza física e espiritual, o olho quebrado deve ser lançado em água corrente depois do incidente.
Uma outra lenda popular é a de um grande rochedo no mar que nem cem homens conseguiam movê-lo; havia um habitante da localidade que tinha "olho gordo" (invejoso) que foi convocado para ir até a rocha e assim o fez. Quando avistou a grande pedra, esta se partiu em dois pedaços.
Com a disseminação deste talismã nos cinco continentes, podemos vê-los pendurados em paredes, portas, retrovisores de carros, carrinhos de bebês, vendidos como souvenirs e tatuados nos corpos das pessoas. Centenas de fábricas de fundo de quintal na China, produzem milhões destas como brincos, colares, pulseiras, chaveiros, quadros e etc.
Isto nos leva à conclusão de que assim como na Idade Média, onde grupos religiosos vendiam proteção e salvação, hoje não é muito diferente, pois os também comerciantes atuais se aproveitam das lendas, necessidade instintual de proteção das pessoas ou dos simples modismos, para cada vez arrecadarem mais e mais dinheiro. Independente do que cada um traz consigo em nível de apego espiritual, crença e/ou superstição, vale o ditado popular que diz: "em terra de cego, quem tem olho é Rei!".