Quando o assunto é a Grécia, inúmeras histórias, mitologias e paisagens paradisíacas vêm à mente de todos e não poderia ser diferente, pois esse pequeno país dos Bálcãs “abusa” de tanta beleza e herança cultural repassada à humanidade. Por exemplo, é na Grécia que está localizado “o umbigo do mundo” ou como os antigos gregos diziam, está situado o centro do mundo.
Trata-se do centro religioso de Delfos, onde permanecia o importante oráculo que leva o mesmo nome do lugar. Entres os séculos VIII a II antes de Cristo, os oficias, militares gregos em geral e o povo comum realizavam peregrinações ao santuário de Delfos para saber de adivinhações sobre o futuro que os aguardava, sobre como iriam os negócios, a saúde física de cada um, questões amorosas e sentimentais.
Enfim, qualquer semelhança com os tempos atuais não é mera coincidência, pois até hoje um grande número de pessoas faz o mesmo.
Na época iam até o Oráculo de Delfos para só depois, adotarem decisões significativas.
Era na cidade de Delfos que estava localizado o templo grego mais importante, que é o do deus Apolo, entidade que está associada ao dom de profetizar. Já no subsolo do Templo de Apolo, havia o Oráculo, que de uma fenda na caverna emanavam vapores inalados pela sacerdotisa, que acabava entrando em uma espécie de transe hipnótico. A tradição diz que ela era tomada pelo espírito de Orfeu, que não por acaso, é o filho do deus Apolo, o qual lhe revelava os acontecimentos futuros.
Sibila como era chamada a sacerdotisa descia à gruta debaixo do templo e tinha tempo assim para respirar dos vapores de caráter “sagrado” que saiam da fenda da terra, que associados a folhas de uma determinada espécie de vegetal mastigado por ela, acabavam a conduzindo para um estado de transe, possibilitando que a mesma profetizasse e encontrasse respostas as muitas perguntas ali feitas.
Não era incomum que o oráculo desse respostas ambíguas.
Em certa ocasião o rei líbio Creso foi ao Oráculo de Delfos antes de uma batalha contra a Pérsia (atual Irã) e perguntou se poderia ir para a outra margem do rio Alísio e combater os persas. O vidente somente respondeu: “atravessando o rio e combatendo o inimigo, o rei Creso veria a destruição de um grande reino”. Assim fez o líbio e perdeu vergonhosamente a batalha, ou seja, um reino realmente caiu, o da Líbia e não o da Pérsia.
O local a partir do II século a.C (época de domínio do Império Romano) foi alvo de pilhagens e o crescimento do cristianismo também fez por diminuir a influência de Delfos no mundo de então. Teodósio, imperador de Roma, cerrou de uma vez por todas o templo das adivinhações e presságios lá pelos fins do século IV.
Ao lado do Templo de Apolo, havia um anfiteatro com demonstrações de músicas e horários para leitura de poesias religiosas. O complexo tinha ainda o Estádio de Delfos, onde eram realizados os Jogos Pítios, algo semelhante as Olimpíadas da Antiga Grécia.
O significado de Delfos foi tão importante para todos os povos de raízes helênicas, que mesmo as cidades-estados gregas estando em guerra ou conflito, faziam algo em comum: reverenciavam o poder do Oráculo, uma vez que Delfos era o umbigo ou centro do mundo. Vale a pena conhecer você também, mais essa região mística da Grécia!