O Barão Vermelho foi fundado em 1981 pelos estudantes do Colégio Imaculada Conceição em Botafogo, Flávio Augusto Goffi Marquesini, o Guto Goff, e Maurício Barros. Os ensaios eram feitos na casa de Maurício, no Rio Comprido. Precisando de um baixista, surgiu Dé Palmeira, e logo após um contato telefônico com o guitarrista Roberto Frejat, Guto e Maurício foram assistir à performance do músico no grupo "Fim da Rua", no Teatro Cândido Mendes, em Ipanema. Aprovado, só faltava o vocalista.
Assistindo a uma apresentação de Léo Jaime, os dois meninos o convidaram para um ensaio, mas a voz de Léo, apesar de ser boa, não era compatível com o som mais pesado do grupo.
Faltando poucos dias para a primeira apresentação, que seria no Riocentro, o desespero tomou conta dos rapazes. Léo indicou um amigo que estudava teatro na lona do Circo Voador, então no Arpoador. A princípio, o amigo ficou relutante. Léo disse que se fosse o caso, o acompanharia. Mas ele acabou indo sozinho ao ensaio na casa de Maurício.
Banda pronta, Cazuza soltou a voz e imediatamente o Barão Vermelho estava com a tripulação completa para suas decolagens. O show no Riocentro foi cancelado, mas a banda continuou assim mesmo.
Frejat, que a princípio disse que só iria participar desse show, via que a banda tinha grandes possibilidades de sucesso. Ele e Cazuza se entenderam de imediato, e a formação seguiu até o ano de 1985, quando Cazuza decidiu partir para a carreira solo.
Cazuza
Com a banda insatisfeita com a postura do cantor, brigas e discussões surgindo com frequência, sua ideia de partir para a carreira solo tomava corpo. Quando ia aos ensaios, aparecia bêbado e não queria trabalhar em qualquer música. Mesmo com contrato assinado para o quarto disco e uma nova turnê pelo Brasil, o poeta declarou na última reunião com o grupo que estava saindo e não queria mais gravar por obrigação.
Aborrecido com a saída de Cazuza, Frejat ficou um tempo sem entrar em contato e, após algumas aulas de expressão corporal, o guitarrista estava pronto para assumir os vocais. Convidaram Fernando Magalhães para participar como convidado do grupo, para que Frejat se sentisse mais solto.
Maurício Barros
Passando por um período turbulento, com poucos shows e vários problemas extra-palco a nível técnico, o Barão foi tentando sobreviver.
Mudaram de gravadora e quem começou a se desiludir foi o tecladista Maurício Barros. Uma de suas composições, "Horizonte Perdido", foi descartada do álbum "Rock 'n' Geral", o que foi muito constrangedor. Não estava mais satisfeito com os rumos musicais do Barão e, no meio da turnê de 1988, disse a Guto que não acreditava mais na banda e voltou para o Rio. Depois formou o grupo Buana 4, que teve o grande sucesso "Eu Só Quero Ser Feliz", da trilha sonora da Novela Top Model.
Dé
Vendo que a banda perdera muito com a saída do amigo e vocalista, Dé, que também estava se sentindo mais como um convidado especial do que como membro do grupo, e fora das participações de composições, resolveu sair. Já no primeiro trabalho sem Cazuza, o álbum "Declare Guerra", Dé se sentia por fora.
Deu lugar a Dadi, ex-Cor do Som em abril de 1990. Segundo o baixista, ele e Cazuza ficaram ainda mais amigos depois que saíram do grupo, compondo juntos o grande sucesso da carreira solo do cantor, "Eu Preciso Dizer Que Te Amo".
Roberto Frejat
Frejat declarou recentemente que "Depois de 35 anos, eu tinha uma visão diferente em relação ao futuro e à continuidade da banda, e para não atrapalhar o que seria a vontade de todos eu achei que era melhor eu sair, mas continuamos amigos. Não teve briga e não se trata de diferenças artísticas, é mais uma questão do dia-a-dia e de como conduzir a situação da história da banda."
Efetivamente, o único que não deixou a banda foi o baterista Guto Goffi. Ele continua o dono das baquetas do Barão Vermelho.
É óbvio que, com tantas mudanças de integrantes, o som da banda também muda, mas o conjunto voltou recentemente aos palcos e com um outro integrante original: Maurício Barros, que há 35 anos cedia sua casa para os primeiros ensaios de uma das melhores bandas da história do rock brasileiro.
Quanto a Frejat, surge a expectativa dos fãs do guitarrista em dar uma canja, subindo de surpresa ao palco em algum próximo show, voltando a tocar com os velhos parceiros, mesmo que por alguns instantes.