Além dos conflitos raciais que tomaram os Estados Unidos nos últimos meses, os conflitos religiosos também ganharam mais um capítulo e podem ter reflexos nas eleições de 2016. Em uma pesquisa solicitada pela organização de notícias NBC News, em parceria com o Wall Street Journal, realizada no final de abril pela Hart Research Associates e Public Opinion Strategies, 61% dos entrevistados (cerca de 1.000 norte-americanos de vários estados do país), afirmaram preferir um homossexual à frente da Casa Branca do que um cristão evangélico. A pesquisa foi divulgada no início de maio, gerando bastante polêmica.
No entanto, para o historiador Thiago Alberto, o resultado desta pesquisa pode representar mudança. "Talvez represente uma mudança nas concepções conservadoras com relação à imagem do presidente, porém, é bom lembrar que um presidente negro, homossexual, latino ou mulher, antes de qualquer coisa, estará submetido ao sistema político norte-americano, estruturado para que se tenha pouca margem de transformações entre um governo e outro", afirma Thiago. "Simbolicamente é muito importante, mas como no caso dos negros, não é decisivo para a diminuição do preconceito", conclui o historiador.
A pesquisa apontou ainda que 58% dos entrevistados são a favor dos direitos iguais para casamentos homossexuais em todos os estados do país. Apesar dos números favoráveis, a maior parte dos apoiadores ainda são os jovens, grande parte dos adultos e idosos ainda se declara contrários.