O grupo religioso norte-americano denominado "Testemunhas de Jeová", com filiais em outros 240 países e 8,22 milhões de adeptos, está distribuindo em seu site oficial um curta animado intitulado "Um homem e uma mulher", e este pequeno vídeo está causando polêmica por onde passa.

No curta, uma criança está participando de uma atividade na sala de aula onde é preciso desenhar a sua família numa folha de papel e pendurar em um mural da escola.

Uma pequena jovem chamada Sofia então se aproxima e olha o desenho de um de seus colegas. Ele é um desenho diferente dos demais: o menino está acompanhado de duas mães.

Chegando na sua casa, Sofia conta para sua mãe que viu o desenho do menino e suas mães. A mãe, mostrando-se surpresa, explica para a sua filha que o que importa mesmo é o que "Jeová [Deus] acha". Citando textos bíblicos, ela diz que Deus considera errado o Relacionamento homossexual, pois desde o princípio fez Adão e Eva.

A mãe cita ainda um exemplo: "é como fazer uma viagem de avião. O que aconteceria se alguém tentasse entrar no avião com alguma coisa proibida?".

A criança responde: "a pessoa não ia poder entrar". Neste caso, o avião seria o paraíso (ou céu). Os homossexuais, na visão do vídeo, não teriam direito a serem salvos.

Para terminar, no entanto, a animação diz que existe a esperança de as pessoas mudarem, "por isso que a gente prega para elas", afirma a mãe, que inicia um treinamento com a filha Sofia para que ela fale sobre a palavra de Deus para o seu colega com duas mães.

Veja o desenho animado de cerca de 2 minutos completo:

 

Reação

Como já era de se esperar, a reação das pessoas está sendo forte. Apesar de Cleonice Feliciano, membro da religião, dizer que acha o vídeo lindo e que "temos que instruir nossas crianças", muitos classificaram o filme como "homofóbico".

Em tempos de respeito ao próximo e a redefinição da palavra "família" pelo dicionário Houaiss, por exemplo, muitas religiões estão preparando um contra-ataque para o que chamam de "destruição dos valores familiares".

 

O vídeo está sendo exibido pelo site das Testemunhas de Jeová com dublagem para dezenas de línguas. Na Rússia, ironicamente, o mesmo site já está proibido por acusação de conteúdo extremista.

No Brasil, organizações de defesa do público LGBT estão analisando se cabe processo contra a veiculação do material.