As mulheres idosas que vivem em Korogocho, a maior favela de Nairobi, no Quênia, aprendem artes marciais - mais precisamente karatê. Mas se engana que pensa que as "vovós karatecas" como são chamadas, aderiram a luta por amor ao esporte. Na verdade, a motivação para o treinamento é revoltante: elas lutam para se defenderem de estupros. Mulheres de 60 a 80 anos (e mesmo de 100 anos de idade) já receberam o treinamento que permite que elas se livrem dos agressores, que são muitas vezes jovens, muitas vezes 50 anos mais jovens que elas.
A favela, que tem cerca de 155 mil habitantes vivendo em uma área de 1500 metros quadrados, é uma das regiões mais pobres e violentas do Quênia.
No local, a maioria das pessoas sobrevive daquilo que conseguem retirar do lixo, e para as mulheres é arriscado andar pelas ruas, inclusive durante o dia. Uma simples caminhada para buscar água pode terminar em agressão e Estupro.
Idosas são vulneráveis a agressões sexuais no Quênia
No país, as agressões sexuais são constantes contra as mulheres, no entanto, uma parcela da população feminina queniana vem sofrendo mais ao longo dos anos. Por mostrarem menos condição de resistência, homens estão estuprando as idosas no país. Além disso, como no país as mulheres com mais idade não mantêm uma vida sexual ativa, os estupradores acreditam que ao atacarem essas senhoras, eles não correm riscos de contraírem DSTs, inclusive a AIDS.
Karatê contra os estupros
Para garantir chance de defesa a essas mulheres, elas estão recebendo aulas de karatê. Os treinamentos ocorrem desde 2007, e segundo a professora de artes marciais Sheila Kariuki, o principal objetivo é ensinar essas mulheres a acertarem pontos chave de seus agressores, como nariz, queixo, clavícula, e, claro, os órgãos genitais. Além disso, essas senhoras também vão ajudar a treinar outras mulheres, garantindo assim que mais meninas, jovens e senhoras possam se defender de estupros. Confira o treinamento dessas mulheres.
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