Em resposta a um convite feito pelo Governo Federal, no final do ano passado, o papa Francisco enviou uma carta endereçada ao presidente Michel Temer em que recusa seu convite para visitar o Brasil durante o período de celebrações dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida.

O religioso, que nunca se pronuncia publicamente sobre a situação e crise politica e econômica do Brasil, chegou a enviar uma carta a ex-presidente Dilma Vana Rousseff fazendo menção ao seu apoio a ela durante o processo de impeachment. Dessa vez, redigiu uma carta ao atual presidente em tom de quem está dando um puxão de orelha em quem está no comando do Brasil.

Ele utiliza um tom de quem faz cobranças, principalmente em relação aos mais pobres, ao dizer que o presidente deve evitar medidas que possam vir a tornar mais grave a situação das pessoas mais carentes do Brasil. Ressaltando que não cabe a um papa ensinar receita de como tomar medidas ou sair da crise, mas que mesmo não dando receita, não pode deixar de ficar preocupado com a situação de pobreza que atinge os mais necessitados do Pais, pois algumas medidas que podem ser tomadas acabam servindo apenas para dilacerar ainda mais a vida do povo já tão sofrido.

Na resposta ao presidente Michel Temer, o pontifício argentino que é conhecido por sua delicadeza e afetuosidade recusa o convite para as celebrações de nossa Senhora Aparecida no Brasil, e informa que a recusa do convite não teria caráter meramente politico, e sim pela sua tão atribulada e intensa agenda de compromissos e garantiu que sempre acompanha com atenção todos os acontecimentos na maior nação da América Latina.

Em setembro de 2016, o papa Francisco, que é reconhecido e aclamado por ser considerado humilde, justo, pacífico e sensível as causas sociais e aos mais pobres fez um pronunciamento em tom emocionado durante a inauguração de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida no Vaticano, ao declarar que o Brasil estava passando por um “momento triste” e "muito preocupante".

A mensagem enviada em tom de cobrança ao mandatário do Brasil expressa toda a preocupação e zelo do religioso com os rumos de um dos maiores e mais diversificado país da América Latina. O papa inclusive deixa um conselho ao presidente Michel Temer ao dizer que, na atual situação do Brasil, é preciso ser cauteloso e não se deve nem se pode confiar nas forças cegas e mãos invisíveis do mercado.