Benjamin Netanyahu deixou o cargo de primeiro-ministro de Israel neste último domingo (13), após votação acirrada realizada no parlamento do país. O Knesset aprovou nova coalizão, comandada pelo ultranacionalista Naftali Bennett e sua vice, a ex-ministra Ayelet Shaked. O responsável por essa modificação foi a união de oito partidos --do centrista Yesh Atid, passando pela extrema-direita do Yamina e também o Lista Árabe Unida, partido que representa os árabes-israelenses. O placar da votação no parlamento foi 60 a 59 votos.
Os sucessores de Benajmin Netanyahu
O foco dos novos responsáveis será temas sociais, evitando focar em assuntos delicados, como os relacionados à questão diplomática e conflituosa entre Palestina e Israel. Ainda, espera-se que, diferentemente do que houve com Benjamin Netanyahu, ocorra uma limitação de tempo de mandato para apenas dois anos, assim, Bennett, líder do partido Yamina, ocupará o cargo até setembro de 2023 e, em seguida, Lapid, chefe do Yesh Atid, governará por mais dois anos.
Dada tamanha heterogeneidade política do grupo e, consequentemente, ideológica, a dúvida agora será em como decisões ocorrerão. Inclusive, a abstenção do deputado Said al-Harumi, integrante do partido dos representantes árabes-Israelenses e crítico desse novo ordenamento, já demonstra em como essa nova aliança poderá enfrentar fortes e consideráveis desafios.
O clima de tensão vem dominando o país, relembrando a atmosfera nos tempos em que o então primeiro-ministro Yitzhak Rabin foi assassinado, em 1995. O agora ex-premier Benjamin Netanyahu seguirá como chefe do partido de direita Likud e também como líder da oposição. Vale destacar que, Israel, país de maioria judia, trava violentos conflitos com vizinhos palestinos, especialmente em relação a religião e questões territoriais.
Era Benjamin Netanyahu
O governo de Netanyahu foi marcado por assuntos controversos, como denúncias de corrupção, o fortalecimento de setores ultranacionalistas e a limitação da relação com palestinos, o que acarretou diversos conflitos. Sua gestão também foi elogiado em alguns temas, como o desenvolvimento israelense em tecnologia militar e o combate à Covid-19, com o país registrando atualmente quase cem por cento de sua população vacinada, ganhando destaque nas manchetes internacionais.
Recentemente, somando mais um conflito, Israel e Hamas (grupo palestino que lidera a Faixa de Gaza) travaram uma nova disputa, iniciada pela ameaça de despejo de famílias palestinas de Sheikh Jarrah, bairro fora de Jerusalém.
A justiça Israelense determinou que as famílias fossem expulsas devido ao ingresso de judeus que alegavam a posse dos terrenos. Somado a esse fato, houve uma forte repressão policial judia no Ramadã, mês comemorativo dos muçulmanos. O Hamas, após ultimato mal-sucedido, disparou foguetes contra cidades israelense que, mesmo após quase todos serem interceptados pelo domo de ferro, importante tecnologia do país, revidou com uma serie de bombardeios à faixa de gaza.